João Victor Souza
O depoimento da mãe do bebê José Felipe Lima da Silva, de apenas 1 ano e um mês, morto nesta sexta-feira, 06, após passar três dias internado na UTI de hospital, será “peça-chave” no inquérito que investiga o crime. O suspeito, José Fábio Lima da Silva, pai da criança, segue preso e vai responder por homicídio duplamente qualificado.
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José Felipe deu entrada no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), na última terça, com ferimentos na barriga e no pescoço, causados pelo espancamento cometido por José Fábio. Ele foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, na noite de quarta. Após ficar dias sedado e entubado, a criança não resistiu.
O delegado Fernando Lustosa, que acompanha o caso, revelou para a reportagem que a polícia aguarda o sepultamento do bebê e a recuperação emocional da mãe para poder notificá-la a comparecer na delegacia para ser ouvida.
“Vai ser muito importante para as investigações esse depoimento. É peça-chave. Ela vai poder dizer se o pai costumava agredir o bebê, assim como contar como era o relacionamento deles”, disse o delegado ao lembrar que José Fábio alegou problemas pessoais para ter cometido as agressões.
Segundo informações extraoficiais, os vizinhos da família disseram que as agressões aconteciam com frequência, e era comum ouvir o choro da criança durante o dia. Eles, como também parentes do bebê, serão convocados a prestar depoimento nos próximos dias.
Lustosa também afirmou que já solicitou o ofício da certidão de óbito, assim como laudo do exame cadavérico para anexá-los no inquérito policial. "Ele vai responder por homicídio duplamente qualificado, pois houve motivo fútil e um meio cruel para o crime, com a criança estando indefesa", destacou.
José Fábio cumpre prisão preventiva na Casa de Custódia em Arapiraca e deve ser transferido para o Sistema Prisional, em Maceió, na próxima semana. Ele também deve ficar à disposição de um tribunal do júri.
O caso
José Fábio foi preso no dia 3 de dezembro deste ano suspeito de agredir o filho, de apenas 1 ano e um mês, com socos e chutes na barriga e tentativa de sufocamento no pescoço. Para a polícia, ele confessou o crime e disse que foi um "ato impensado".
Também para os agentes, o homem contou que está passando por problemas psicológicos, pois encontra dificuldades no relacionamento com a companheira, assim como questões financeiras. O filho estava chorando em um carrinho de bebê quando foi espancado.
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