Delator do PCC acusou policiais civis de pedirem R$ 40 milhões para encerrar inquérito

Publicado em 13/11/2024, às 16h55
Empresário foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos - Reprodução

Folhapress

O empresário Antônio Vinícius Gritzbach, que delatou esquema de lavagem de dinheiro do PCC, acusou policiais civis de exigirem R$ 40 milhões em troca do encerramento do inquérito que investigava sua participação na morte de dois integrantes da facção criminosa.

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A informação foi revelada pela TV Globo e confirmada pela Folha de S.Paulo. Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, foi assassinado em dezembro de 2021 na zona leste de São Paulo. Gritzbach era o principal suspeito de ser o mandante. O colaborador assassinado negava a participação nesses casos.

Ele chegou a ser preso enquanto passava férias em uma pousada de alto padrão em Itacaré, no sul da Bahia, mas obteve um habeas corpus que permitiu que ele respondesse ao processo em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica.

Como a Folha de S.Paulo mostrou, na lista de policiais delatados pelo empresário estão integrantes do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e 24º DP (Ponte Rasa), na zona leste. "Cujas condutas apuradas configuram, em tese, os crimes dos artigos 316 do Código Penal (concussão), artigo 317 do Código Penal (corrupção passiva), artigo 288 do Código Penal (associação criminosa), dentre outros", diz trecho de documento da Promotoria.

Gritzbach também acusou policiais de terem roubado relógios e joias durante ação de busca e apreensão em sua casa durante as investigações do duplo homicídio.

Na ocasião, as investigações sobre a denúncia foram arquivadas pela Corregedoria. As mesmas informações foram prestadas por ele em delação premiada negociada com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo) do Ministério Público em abril deste ano.
Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que a Polícia Civil iniciou uma apuração preliminar para apurar as denúncias contra agentes. "Eles foram afastados do trabalho operacional enquanto as denúncias são devidamente apuradas", diz a pasta.

O empresário foi morto a tiros na última sexta-feira (8) quando desembarcava no aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Os disparos partiram dos ocupantes de um veículo Gol preto na área de desembarque do terminal 2, que recebe passageiros de voos domésticos.

O ataque também deixou três feridos - um deles, o motorista de aplicativo Celso de Novais, 41, morreu.

Policiais civis e militares envolvidos na investigação do assassinato afirmam que são cada vez maiores os indícios de envolvimento de PMs que realizavam a escolta dele.

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