CPI da Braskem: ex-secretário de Minas e Energia denuncia coação de ex-deputados para nomeações

Publicado em 20/03/2024, às 11h25
Edilson Rodrigues/Agência Senado -

TNH1 com Agência Senado

Durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Braskem nessa terça-feira, 19, o ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Alexandre Vidigal de Oliveira, denunciou coação por parte dos ex-deputados federais Ricardo Izar (SP), Nereu Crispim (RS) e Evandro Roman (PR), para a nomeação de Wagner Pinheiro para cargos importantes no Governo Federal e na Agência Nacional de Mineração (ANM).

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“Eles utilizaram um pretenso dossiê, não para falar de irregularidades da minha gestão no ministério, mas da ANM. Esse pessoal queria influência dentro do ministério para nomear diretores e superintendentes. Dossiê já não é coisa de gente séria. Eu dizia a eles que se um deputado tem um dossiê de denúncias de corrupção deve procurar diretamente a CGU, ou Ministério Público Federal”, contou Alexandre. 

Por conta da denúncia, a CPI convocou os ex-deputados citados e o servidor. O relator da comissão, senador Rogério Carvalho (PT-SE), revelou que o MME não enviou os documentos solicitados e agora terá o prazo de três dias para compartilhar as informações, sob pena do cumprimento de mandados de busca e apreensão

O ex-secretário também apontou a falta de orçamento e pessoal para o devido acompanhamento das atividades de mineração, como denunciado pelo diretor-geral da ANM, Mauro Henrique Sousa, na semana passada. Com isso, o relator voltou a questionar o fato de a Braskem ter elaborado os laudos usados pelas autoridades públicas e alertou para a real falta de fiscalização no Brasil inteiro. 

“A tentativa é a gente mostrar o quanto de erro ocorreu ao longo de todo o processo de exploração, de fiscalização, de autorização, de monitoração. E se isso acontece em Maceió acontece em outras localidades do Brasil. Portanto, nós precisamos passar em revista todo o sistema de mineração do Brasil e todas as instituições que cuidam da mineração no Brasil”, pontuou Carvalho. 

Alexandre disse ainda que o monitoramento da exploração de sal-gema em Maceió era prioritário desde janeiro de 2019, e que houve pedido do à época prefeito da capital alagoana, Rui Palmeira, para o fechamento das minas, após a tragédia de Brumadinho (MG). Como resposta, o ex-secretário disse que aguardava o laudo do hoje Serviço Geológico do Brasil, que, posteriormente, apontaria a Braskem como culpada pelo afundamento do solo e encerraria as atividades de mineração. 

Novas convocações

Além dos ex-deputados, os senadores aprovaram novas convocações, entre elas, a do ex-presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, e do ex-diretor da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Frederico Bedran.

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