Corpo de fotógrafo brasileiro desaparecido em Paris é encontrado no rio Sena

Publicado em 10/01/2025, às 14h13
O fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa - Reprodução / Arquivo pessoal

André Fontenelle / Folhapress

Foi encontrado no rio Sena o corpo do fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, 36, desaparecido em Paris desde o dia 26 de novembro passado.

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O consulado do Brasil em Paris confirmou à mãe de Flávio, Marta Maria, que um corpo foi retirado do rio no último sábado (4). Testes de DNA confirmaram a identidade do fotógrafo.

O corpo estava em estado avançado de decomposição. Exames não constataram sinais de violência. A causa oficial da morte foi afogamento.

No dia em que o fotógrafo desapareceu, o clima em Paris oscilou entre 8°C e 10°C. A temperatura da água do rio Sena, provavelmente, era ainda mais baixa, o que cria o risco de uma hipotermia fatal. Além disso, o rio frequentemente tem corrente forte o bastante para arrastar uma pessoa pouco acostumada a nadar.

A mãe de Flavio sofre de problemas cardíacos e tinha sido submetida a uma angioplastia em novembro, poucos dias antes do desaparecimento do filho. Muito abalada com a notícia da morte de Flávio, segundo conhecidos, ela ainda não havia se pronunciado até a tarde desta sexta-feira (10).

Flávio chegou à capital francesa no início de novembro, para fotografar o casamento de conhecidos brasileiros e visitar a cidade durante algumas semanas. Na noite anterior à volta ao Brasil, caiu no rio Sena e foi hospitalizado. Teve alta, mas desapareceu no mesmo dia.

No final do ano passado, a polícia francesa entrou em contato telefônico com a mãe de Flávio para informá-la sobre o andamento das investigações.

Com a ajuda de um tradutor, explicaram que as câmeras de segurança confirmaram que Flávio deixou o celular em um vaso, em frente a um bistrô na margem do Rio. Outra câmera o mostra na beira do rio, mas não há imagem de Flávio pulando.

Quando um cidadão brasileiro morre na França, o Consulado do Brasil em Paris emite uma certidão de óbito com base na certidão francesa. No Brasil, a família da pessoa morta faz o registro desse documento em cartório e obtém outra certidão de óbito, que permite realizar todos os procedimentos burocráticos.

Além disso, é preparado um documento que permite o trânsito, pela alfândega brasileira, do caixão ou da urna, no caso de cremação. Quando a família não tem parentes na França, o Itamaraty também auxilia a intermediação com agências funerárias.

"Ontem, 9 de janeiro, o Consulado-Geral do Brasil em Paris recebeu, com pesar, informação da polícia francesa sobre o falecimento do mencionado nacional brasileiro", informou o Itamaraty à Folha.

"O Itamaraty, por meio do Consulado em Paris, está em contato com os familiares e permanece à disposição para prestar assistência consular. Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações detalhadas sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros", acrescenta a nota.

Chorando muito, Alex Gautier, estudante de moda francês com quem Flávio se relacionou durante a estadia em Paris, publicou um depoimento em sua conta no Instagram.

"Flávio não é mais deste mundo. É, francamente, muito duro de viver", disse sobre o brasileiro, a quem tratava como Loulou (lobinho, em francês).

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