Redação
Um mar de gente acompanhou o carro de som do Cordão da Bola Preta nesta manhã no centro do Rio de Janeiro. Como nos anos anteriores, o tradicional bloco de carnaval carioca arrastou mais de 1 milhão de foliões ao som de marchinhas e com samba no pé.
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A contadora Norma Lúcia chegou cedo, com o tradicional vestidinho branco com bolas pretas. "Vinha quando era pequena e depois tive filhos e parei de vir. Mas há dez anos voltei a vir todos os anos. Daqui a pouco, minha filha chega com as colegas,” comentou. “É muita tradição carnaval antigo, encontro dos amigos”.
A comerciária Berenice Mendes saiu de Vitória especialmente para curtir a Bola Preta. “Amo isso aqui de paixão. Minha mãe me trazia quando eu era criança e fui gostando. Carnaval está no sangue. Antigamente era menos violento, mas tomando cuidado, ficando pelos cantos, dá tudo certo”, contou.
Alguns incidentes marcaram a festa, como roubos de celulares e corre-corre decorrentes de furtos.
Mudança de lugar
Este foi o segundo ano que o bloco desfilou na Avenida 1ª de Março, depois de 96 anos consecutivos desfilando na Avenida Rio Branco, que está em obras. O presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho, lembra que a mudança causou apreensão, mas que o sucesso do ano passado provou que o local foi aprovado pelos foliões. “A Rio Branco ficou no passado e aqui será o carnaval, pois o povo aprovou e o importante é a alegria do povo”, acrescentou.
A novidade deste ano foi a estreia da cantora de funk Ludmilla como rainha do bloco. Para Marinho, a participação de celebridades como ela representa renovação do bloco. “A ideia é não ficar parado, crescer e evoluir, pois queremos que o Bola Preta dure a vida toda”, completou.
O trio de odaliscas veio de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, pela primeira, vez atraído pela funkeira. “Sempre nos fantasiamos, mas essa é a primeira vez aqui. Gostamos das músicas dela e não podíamos perder a oportunidade de vê-la de perto e de graça”, comentou um dos jovens fantasiado de odalisca Robson Andrade.
O bloco também contou com a presença do rei das marchinhas João Roberto Kelly, da cantora Maria Rita, madrinha do bloco, e das porta-estandartes Leandra Leal e Selminha Sorriso.
Fundado em 1918, o Cordão da Bola Preta é tombado pelo Patrimônio Cultural Carioca por ser um dos mais antigos blocos do carnaval do país e o último remanescente dos antigos cordões carnavalescos do início do século 20. O nome foi dado por um dos criadores do bloco Álvaro Gomes de Oliveira ou Caveirinha, após se encantar com uma moça de vestido branco com bolas pretas.
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