Redação
O coordenador da Sala de Alerta da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Vinícius Pinho, afirmou, em entrevista à TV Pajuçara, que aguarda uma definição oficial do valor específico da quantidade de chuva que será o gatilho para uma operação de evacuação do bairro do Pinheiro. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), uma previsão de 30 milímetros de chuva durante 24 horas seria o suficiente para que os moradores deixassem suas residências.
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“No momento nós estamos trabalhando com o limite de 30 milímetros de chuva por questão de segurança, mas oficialmente não existe um valor para uma evacuação da população do bairro do Pinheiro. Não existe nenhuma determinação oficial de que 30 milímetros seja o parâmetro para uma evacuação”, disse Pinho.
Segundo ele, a Sala de Alerta vem mantendo contato com a Defesa Civil municipal, estadual e nacional para tentar definir esse parâmetro. “Nós mantemos contato diário para encontrar uma solução, uma determinação, sobre o limite da emissão de avisos e alertas meteorológicos. Para tentar encontrar uma resposta, uma documentação oficial que nos dê essa resposta. Até agora estamos só na conversação, mas não há uma definição. Espero que essa definição seja encontrada o mais breve possível”, disse Vinícius Pinho.
Na opinião dele, 30 milímetros de chuva em 24 horas é um valor muito baixo para justificar uma evacuação do bairro. “Eu, particularmente, como meteorologista, acho 30 milímetros um valor muito baixo para se determinar um plano de evacuação de uma população. Uma chuva de 30 milímetros em 24 horas, sendo bem distribuída, o impacto dessa chuva é muito pequeno, é praticamente nulo. Daria em torno de 1.3 milímetro por hora, quase não supriria a evaporação que ocorre diariamente por conta da irradiação solar”, explicou.
Porém, segundo ele, se existir uma previsão dessa quantidade de chuva durante uma ou duas horas, aí sim, o impacto seria sentido, e justificaria uma possível evacuação. “Outro exemplo: se nós tivéssemos diversos dias consecutivos de chuva, mesmo que seja de intensidade fraca a moderada, o solo estando encharcado, já estando saturado, uma chuva de 30 milímetros poderia ter algum impacto, sim, na região”, disse o coordenador da Sala de Alerta.
Além do Bairro do Pinheiro e adjacências, Vinícius Pinho mostrou-se preocupado com as demais regiões de Alagoas, com a aproximação do período chuvoso, visto que o papel da Sala de Alerta é monitorar todos os desastres naturais nos 103 municípios do Estado de Alagoas.
“Nós temos uma rede que monitora todas as principais bacias hidrográficas do estado, lembrando que estamos entrando num período chuvoso, e o impacto não é sentido apenas em Maceió, no bairro do Pinheiro. Nós temos diversos rios com históricos de inundações e eles são monitorados 24 horas por dia. Já tivemos diversos casos de inundação, de mortes, no Vale do Paraíba, no Vale do Mundaú, Vale do Jacuípe. Temos vários casos de deslizamento de terra. Nosso alertas e nosso avisos não se restringem apenas ao bairro do Pinheiro”, disse, ao ressaltar a responsabilidade da Sla de Alerta com os demais municípios.
Sobre os bairros Bebedouro e Mutange, recentemente citados e incluídos, mesmo que ainda não oficialmente, na área de risco, Pinho afirmou que os locais já recebem atenção especial da Sala de Alerta.
“Nós tivemos uma conversa informal com a Defesa Civil Municipal e, nessa conversa, nós entramos em acordo de que toda vez que nós identificarmos a possibilidade de uma chuva intensa em Maceió, principalmente nesses bairros, vamos emitir um alerta meteorológico específico para região”.
Confira a entrevista na íntegra:
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