FolhaPress
O consumo de maconha por mulheres grávidas aumenta o risco de complicações à saúde da gestação. Em estudo realizado com mais de 9.000 pessoas de diferentes regiões dos Estados Unidos, pesquisadores identificaram que problemas como parto prematuro e baixo peso ao nascer são mais frequentes quando há exposição à droga durante a gravidez.
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Os cientistas analisaram a incidência de uma série de problemas entre as participantes da pesquisa: nascimento de bebês pequenos para a idade gestacional, natimortos, parto prematuro e hipertensão arterial nas mulheres –condições que estão associadas, entre outros fatores, a disfunções placentárias.
Enquanto 26% das grávidas que consumiram Cannabis tiveram algum efeito adverso, a proporção caiu para 17% entre aquelas que não fizeram uso da substância. A pesquisa foi publicada no último dia 12 na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association), da Associação Médica American.
Segundo a publicação, estudos anteriores realizados em animais e humanos já identificaram que a Cannabis pode afetar negativamente a placenta, que é fonte de nutrientes e oxigênio ao feto em desenvolvimento. Quanto maior a exposição à maconha durante a gravidez, maior a possibilidade de consequências adversas.
"O uso de Cannabis não é seguro", afirma o médico Robert Silver, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Utah e um dos autores do estudo. "Aumenta o risco de complicações na gravidez. Se possível, o consumo deve ser evitado nesse período", acrescenta.
As participantes do estudo foram selecionadas entre 2010 e 2013 e forneceram amostras regulares de urina durante o período de gestação. Isso permitiu que os pesquisadores analisassem com precisão os níveis de THC (tetrahidrocanabinol) a fim de determinar o grau de exposição à Cannabis pelas gestantes. Trabalhos anteriores consideraram apenas o autorrelato dos participantes, o que subestmou a taxa real de consumo entre duas e três vezes.
Silver recomenda que mulheres grávidas que utilizem a Cannabis para alívio de náusea ou ansiedade busquem outros medicamentos com segurança comprovada, e enfatiza a necessidade de mais pesquisas que analisem o impacto da substância à saúde.
"Enquanto houver pessoas interessadas em usar esse produto, devemos avaliar os efeitos para a saúde, tanto bons como maus, com a maior precisão possível, e fornecer essa informação às pessoas", afirma.
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