Deborah Freire / Erik Maia
Todos os domingos, na Rua Fechada, no bairro de Ponta Verde, em Maceió, adultos, crianças e idosos se reúnem para aproveitar o espaço com a família, praticar esportes, participar de brincadeiras ou apenas observar o movimento sob a sombra dos coqueiros.
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Mas por volta das 16h, o cenário muda e o local vira um espaço de disputa entre adolescentes e jovens de "galeras" distintas, que usam aparelhos portáteis de som para mostrar quem "domina" por ali. A reunião, no entanto, não para por aí. Há relatos de moradores e comerciantes de que eles consomem bebidas alcoólicas e até drogas, sendo que muitos são ainda menores de idade.
Nesse domingo (25), mais uma vez, o encontro resultou em confusão e a polícia precisou intervir com tiros para dispersar a multidão reunida em volta de duas garotas que se agrediam, como mostram vídeos que circulam nas redes sociais.
Assista ao vídeo:
De acordo com o coordenador da equipe de Operações Litorâneas (Oplit), Alfredo Presser, os jovens envolvidos na confusão de ontem ainda não foram identificados, mas ele acredita que a briga se deu após o encontro de galeras rivais.
"Nós fomos lá e tivemos que usar spray de pimenta e efetuar disparos de borracha para dispersar a confusão, que era generalizada, por isso não conseguimos identificar os jovens, mas estamos usando os vídeos divulgados em redes sociais para tentar identificá-los", afirmou.
Ele diz que ainda não é possível associar o fato ao uso de drogas ou álcool, mas será feita uma investigação.
Bares reforçam segurança
O gerente geral de um dos bares que ficam na área da Rua Fechada, Eduardo de Carvalho, diz que já faz tempo que a situação gera insegurança e desconforto aos frequentadores, comerciantes e trabalhadores da região.
Ele diz que por mais de uma vez foram solicitadas providências ao Município e ao Estado, mas quem se movimentou foram os empresários. "Ao nosso alcance está reforçar a nossa segurança. Nós tentamos combater isso faz tempo. A gente não entende como ninguém toma uma providência. O consumo de bebida é livre, e isso é o de menos. Até numa situação de jovens fazendo sexo já tivemos que intervir", revela.
Carvalho conta que já viu outras brigas na orla, uma delas, com um jovem ensaguentado entrando no bar para pedir ajuda. Clientes e moradores relatam que há depredação dos veículos estacionados, tumultos em estabelecimentos na região e até ameaças e intimidação, especialmente de mulheres, no ônibus, quando os grupos vão embora.
Município e Estado
Por meio de nota a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs), informou que ontem houve uma fiscalização a ambulantes na Rua Fechada. A nota diz ainda que a venda de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes é crime e que há uma ação de ordenamento sendo planejada para o espaço.
"A Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs) esclarece que a venda bebida alcoólica para menores de 18 anos é crime e, portanto, não autoriza esse tipo de atividade. Quando a fiscalização constata esta situação, o transgressor recebe as devidas notificações e pode ter a mercadoria apreendida e até mesmo a cassação de sua permissão para comércio ambulante. Além disso, o infrator pode ser conduzido pela Polícia Militar ou pela Guarda Municipal para uma delegacia, onde serão tomados os procedimentos legais necessários. Neste domingo (25), a fiscalização esteve presente conversando e orientando a todos os ambulantes do local, bem como informando que muitos deles já tiveram o pedido de permissão indeferidos. Além disso, a Secretaria planeja uma ação de ordenamento daquele espaço, para a manutenção do projeto que foi implementado do Domingo de Lazer", diz o texto.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a Polícia Militar, nem com a Secretaria de Estado da Segurança Pública.
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