Conselho vai pedir destituição da guarda da mãe de criança que teve 11,5% do corpo queimado

O Conselho Tutelar vai pedir a destituição do poder familiar da mãe do menino de iniciais A.H.S.A, de 2 anos e seis meses, vítima de queimaduras no bairro Clima Bom, na parte alta de Maceió. A informação é do conselheiro tutelar Arildo Alves, da 7ª Região de Maceió, que está acompanhado o caso e reuniu o colegiado de conselheiros, na manhã desta quarta-feira (19).

A criança teve 11,5% do corpo atingido por queimaduras e está internada no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Geral do Estado (HGE). "O colegiado do Conselho se reuniu nesta manhã e ficou decidido que vamos encaminhar ao Ministério Público um pedido de suspensão da guarda por omissão e negligência por parte da mãe", informou  Arildo Alves ao TNH1.

Para o conselheiro, a ocorrência é um caso explícito de omissão. "A criança sofreu queimaduras na segunda-feira e a mãe foi omissa, negligente, não procurando ajuda médica e a polícia. No mais, quando perguntada sobre o que de fato aconteceu ela ainda tentou mentir, criando versões para proteger o companheiro", acrescentou Alves.

Nesta quarta, o HGE informou que o estado de saúde do menino é considerado estável. " O menor (2 anos) deu entrada às 18h55 de ontem (18), vítima de ferimentos por escaldadura (líquido quente). Ele sofreu queimaduras em 11,5% do corpo, nas regiões inguinal, do glúteo, dorso e coxa", diz a nota do hospital.

Polícia investiga queimaduras -  A mãe do menino contou aos policiais que saiu para trabalhar e deixou a criança sob os cuidados do companheiro. Segundo ela, ao retornar, ele contou que a criança havia se queimado ao tentar pegar uma panela onde ele fritava um ovo.

A delegada Teíla Nogueira, titular da Delegacia Especial dos Crimes Contra Crianças e Adolescentes, informou que já iniciou investigação para apurar o caso. De acordo com a delegada, uma guarnição da Polícia Militar procurou a delegacia na tarde de terça-feira (18), acompanhada da mãe da criança, alguns parentes e do Conselho Tutelar da região.

“Nos foi informado que a criança havia sido queimada em um acidente doméstico no dia anterior, e que fora encaminhada até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde recebeu os primeiros atendimentos médicos”, disse a delegada.

Na delegacia, foram ouvidos a mãe e o padrasto da criança, sendo esta encaminhada para um hospital, bem como ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de perícia.

A investigação seguirá na Delegacia Especial de Crimes Contra Crianças e Adolescentes, para apurar se realmente se tratou de um acidente doméstico ou se houve um ato de violência.