Conheça a história por trás dos envelopes misteriosos deixados em para-brisas de carros em Maceió

Publicado em 29/05/2024, às 09h08
Cortesia -

João Victor Souza

Envelopes misteriosos deixados nos para-brisas de carros despertaram a curiosidade de muitos maceioenses, e nesta semana, as imagens viralizaram nas redes sociais com uma história que trouxe medo e insegurança para a população. Os boatos de que eles eram utilizados para golpes que envolviam até o uso de substâncias entorpecentes contra as supostas vítimas, proprietárias dos automóveis, ganharam a internet. O TNH1 esclarece agora se é fato ou fake.

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As mensagens sobre golpes com os envelopes estão sendo compartilhadas no aplicativo WhatsApp e denunciam a suposta substância dentro deles. O áudio (veja a transcrição abaixo) alerta os maceioenses que a suposta droga estaria causando intoxicação nas pessoas que, por curiosidade, os abrem. A mensagem também diz que o curioso pode inalar a droga e desmaiar, e em seguida, ter o carro roubado pelo suposto criminoso.

"Se você vê isso na frente do seu carro, não pegue e não abra, há uma droga dentro com cheiro muito forte que deixa você tonta, você entra no carro e desmaia, e os caras roubam o seu carro. Todas as fotos são em Maceió, não é mito, é verdade. O cara curioso vai ver o que é, abre e pronto, se lasca".

Porém, a história não é verdadeira. A Polícia Civil de Alagoas já confirmou que não há investigação em curso sobre o suposto golpe, não há vítimas que registraram boletins de ocorrência, e já identificou o homem que deixa os bilhetes nos vidros do carros e ele não comete nada de ilícito.

Crédito: Redes Sociais

Quem é o dono dos envelopes?

O homem que espalha os envelopes em Maceió é um ex-empresário de Pernambuco, que veio para a capital alagoana para buscar ajuda financeira após passar por necessidades junto com os cinco filhos, depois de falência. O ex-empresário identificado como Albérico Alves de Lima explicou que já retornou para a cidade de origem, o município de Garanhuns, após ter o nome envolvido com a prática criminosa e lamenta o ocorrido.

Dentro do envelope, ele deixa uma carta e um lápis com a mensagem com pedido de ajuda. Ele afirmou ainda que o lápis é um gesto simbólico e que a doação fica por decisão de quem abrir o envelope, que também contém a chave Pix dele. 

"Isso deu um nó cego na minha vida e estou bem assustado com isso. Já até desisti desse trabalho por conta desse episódio. Para mim é uma questão de honra limpar meu nome. Tenho cinco filhos, poxa. Fizeram uma tempestade sem água. Era apenas um cidadão quebrado querendo vender um lápis", destacou.

(Crédito: Redes Sociais)

"Desde outubro que ralo pelo mundo, passei muita fome inclusive. Agora eu vou lutar pela minha honra, nunca sofri uma injúria tão cruel", complementou.

Albérico destacou que as dificuldades financeiras fizeram ele tomar atitudes em desespero, mas que nunca se envolveu com algo ilegal. "Eu moro em Garanhuns e fui alguns dias pra Maceió. Tive um tempo em Caruaru, passei uma fome desgraçada. Perdi 12 quilos em 40 dias, com fome. E 70% desses envelopes eu perco, poi não retorna. É um trabalho árduo".

Quer ajudar? - Quem tiver o interesse em ajudar Albérico com algum tipo de doação pode entrar em contato com ele pelo número de telefone (87) 98171-5464. Já quem desejar doar quantia em dinheiro diretamente para o ex-empresário pode transferir via Pix para a chave (o mesmo número do telefone) 87981715464.

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