Conheça a deputada que decidiu a cassação de Eduardo Cunha

Publicado em 15/06/2016, às 06h47

Redação

A deputada federal Tia Eron (PRB-BA) deu o voto decisivo, nessa terça-feira (14), para aprovar o parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

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Ao emitir voto favorável à cassação, Tia Eron afirmou que votava segundo sua consciência — o voto da deputada era considerado decisivo porque não se sabia o posicionamento dela sobre o parecer. 

Antes da votação, durante seu discurso, a parlamentar comentou sua ausência na reunião da semana passada e declarou que “não mandam nessa nega aqui”. 

“Semana passada, diferentemente de hoje, me surpreende os senhores não me procurarem, nem sequer citarem meu nome. Entenderam que de fato não mandam nessa nega aqui. Eu estava nesta Casa e a imprensa sabe que eu estava, assistindo àquilo que Platão chamava do Mito da Caverna, pela TV, para poder olhar nos olhos de cada um. Porque os olhos refletem muito mais do que a boca não tem coragem de dizer. Em determinados colegas, eu ficava até em pé para poder ouvir as palavras”, disse a deputada antes da votação de ontem.

Tia Eron ainda acrescentou que o voto dela não foi influenciado e criticou a demora para votar o relatório. 

— Eu não compreendo que [o parecer ainda não tenha sido votado] depois de sete meses. É claro, os senhores, todos homens, não entendem o que é dar à luz. É quase um filho para poder nascer. Por isso chamam, "cadê Tia Eron?". Para resolver o problema que os homens aqui não conseguiram resolver. Tia Eron vai resolver. Peço desculpa à imprensa, porque precisei, tal como julgadora, me preservar, com imparcialidade, com a livre capacidade de poder decidir neste momento.

A deputada ficou conhecida como Tia Eron quando lecionou em uma escola durante a juventude. Concorreu pela primeira vez ao cargo de vereadora de Salvador em 2000 e foi reeleita em 2004, 2008 e 2012. Já foi filiada aos partidos PFL e DEM, antes de entrar no PRB. 
Em 2015, a parlamentar foi eleita presidente do diretório estadual do PRB na Bahia. Tia Eron também é coordenadora nacional do PRB Igualdade Racial.

Além da cadeira no Conselho de Ética, a deputada também faz parte da Comissão de Constituição e Justiça, é membro da Secretaria da Mulher e da Procuradoria da Mulher na Câmara dos Deputados, faz parte da Comissão Mista de Combate à Violência da Mulher e da Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva da Reciclagem no Brasil.

Em seu pronunciamento de hoje, ela comentou que teve liberdade para decidir o seu voto.
— Quando se for tratar ou trazer o registro de quaisquer nomes que sejam, o meu nobre presidente Marcos Pereira, o qual me deu a liberdade e a paz pra eu fazer esse julgamento. Não foi o conselho do nobre senador Marcelo Crivella. Não foram as considerações de Celso Russomanno. Não foram as suas políticas pontuais de Rio-São Paulo, São Paulo-Rio. Foi a política de Brasil [do partido], e o presidente Marcos Pereira teve essa capacidade, teve a sua grandeza, porque o presidente Marcos Pereira chegou a ser ministro não negociando cargos nem [fazendo] barganhas.

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