Ana Carla Vieira
O diretor da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas, Silvio Arruda, disse que vai entrar com uma representação contra o delegado José Carlos, da Delegacia Especial de Investigações e Capturas (Deic), que cumpriu os mandados de busca e apreensão e prisão contra advogados na manhã desta quarta-feira (03), na operação denominada "bate e volta".
LEIA TAMBÉM
De acordo com Silvio Arruda, houve falhas na condução do ato, porque a OAB deveria ter sido comunicada antes das prisões, para que pudesse acompanhar o cumprimento dos mandados. "Quando o delegado entrou em contato com a comissão, um dos advogados já estava sendo preso. Isso agride frontalmente a prerrogativa do advogado de ser acompanhado por um representante da Ordem", afirmou o diretor.
A presidência da OAB, por meio da assessoria, disse que está avaliando possíveis violações às prerrogativas dos advogados e que pode culminar, sim, na representação dos delegados.
Em contato com o TNH1, o delegado José Carlos disse quetem um respeito profundo por todos os advogados, inclusive pelos que foram presos. "Eles não perdem a condição de inocentes até o trânsito em julgado. Nós tomamos todos os cuidados que foram possíveis no cumprimento dessa operação. Fomos cuidadosos desde o pedido, para que se tivesse base no que estava sendo pedido, até a execução. Nós respeitamos o entendimento da Comissão de Prerrogativas, mas nós, delegados, temos o entendimento um pouco diferente. A gente entende que, pela lei, a necessidade de presença de um profissional da OAB é no caso de busca em escritório, que não foi o caso", disse o delegado.
"Tenho respeito profundo pelos advogados, mas gostaria de deixar claro que todas as prerrogativas foram respeitadas do início ao fim e que nós não concordamos com a opinião do Dr Silvio de que, eventualmente, tenhamos ferido uma prerrogativa. Não acreditamos nisso, não fizemos isso e respeitamos toda e qualquer decisão que a Comissão de Prerrogativas venha a tomar", acrescentou José Carlos.
A Comissão da OAB disse que esteve a tarde toda na Deic e os advogados presos foram ouvidos e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), onde passaram por exame de corpo de delito. Eles devem continuar detidos porque não cabe fiança para os crimes.
LEIA MAIS