Com salário de R$ 2.000, capa da Playboy diz que continuará trabalhando como gari no Rio de Janeiro

Publicado em 05/09/2015, às 14h55
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Redação

(Crédito: Reprodução)

A ficha ainda não caiu para Rita Mattos, que viu sua vida virar de cabeça para baixo nos últimos dois meses. Graças a uma foto postada em uma rede social, ela ganhou fama e ficou conhecida como a Gari Gata. Rita trabalha diariamente limpando as ruas do Rio de Janeiro, com uma vassoura na mão, e diz que não vai largar o emprego mesmo depois de receber o cachê para ser a estrela da capa de setembro da revista Playboy.


Em entrevista exclusiva ao R7, ela contou sobre sua rotina, planos para o futuro e explicou por que continuará limpando a cidade maravilhosa mesmo depois da fama. 

A rotina de uma capa da Playboy pode ser muito puxada. No caso de Rita, o dinheiro pago pela revista não serviu para fazê-la abandonar a profissão de gari. 


— Minha rotina é bem corrida. Eu acordo todos os dias às 4h da manhã porque preciso estar no trabalho às 7h. Preciso pegar o ônibus às 5h20 e encarar o trânsito da Avenida Brasil, que é pesado nesse horário. Saio do trabalho às 15h30 e geralmente tenho algum compromisso, depois ainda vou para academia. É uma correria.

A jovem de 24 anos não revela o cachê pago pela Playboy — diz que é proibida por contrato — mas conta que vai guardar cada centavo. O destino para a grana está bem claro em sua cabeça.


— É o início do sonho da minha casa própria. Ainda não dá pra comprar, mas é o início desse sonho de sair do aluguel e morar em um lugar só meu.

Sem mexer no dinheiro, não resta outra opção senão manter o emprego de gari. Com salário bruto de cerca de R$ 2.000, Rita diz que "não é hora de largar o certo pelo duvidoso":


— Quando fiz o concurso para gari eu procurava estabilidade e conquistei isso. As contas continuam chegando e eu preciso pagar.

No meio da correria do dia a dia, Rita tenta responder todas as mensagens que recebe em suas redes sociais. Nos últimos dois meses, sua conta no Instagram passou de 200 pessoas para quase 97 mil seguidores. 


— É assustador. Quando surgiu tudo isso eu até estranhei. Demorei dois dias para entender o que estava acontecendo. Hoje faço de tudo para responder, mas são muitas mensagens. Às vezes as pessoas querem bater papo mesmo. Eu fico muito feliz e tento sempre atender todo mundo.

O crescimento gigantesco das redes sociais já rendeu alguns patrocínios. Roupas, comida saudável e alguns produtos estão na lista de parceiros divulgados pela gata.


— Mas não entra dinheiro, não. São só amigos que me ajudam com produtos e eu os ajudo com a divulgação. Um ajuda o outro e é isso.

No meio desse assédio todo, Rita acabou ficando solteira. Após 7 anos de namoro com um rapaz que também trabalha como gari, o relacionamento chegou ao fim. A jovem garante que a fama repentina não foi motivo para o rompimento.


— Terminamos há um mês e pouco. Não teve a ver com tudo o que tem acontecido, foi desgaste do relacionamento mesmo.

Namorar novamente? Por enquanto um novo relacionamento não está nos planos da Gari gata.


— Fiquei muito tempo comprometida, né? Por enquanto quero focar em tudo isso que está acontecendo, aproveitar essa fase da melhor maneira possível.

Pelo que parece, a mudança mais significativa na vida de Rita graças à capa da Playboy foi ter andado de avião pela primeira vez.


— Nossa, avião! Nunca pensei que fosse andar de avião. Sempre disse que, se precisasse viajar, iria de ônibus mesmo. Morro de medo de avião, mas tive que ir para São Paulo para assinar com a revista. Deu um frio na barriga, ainda mais porque fui sozinha, mas no fim foi divertido.

O corpo que exibiu nas páginas da revista foi construído durante oito anos de musculação. Mas o visual ganhou um toque extra há 4 meses: próteses de silicone. Sonho antigo da jovem, a cirurgia foi parcelada em várias prestações e "ainda será paga por muito tempo."


— Parcelei porque hoje existe essa possibilidade e eu sempre quis fazer. Falta muito ainda pra pagar. Foi na hora certa porque pouco depois estourou toda a história que mudou tudo para mim.

A mudança no visual acabou despertando certo preconceito, conta a jovem. 


— Muitas pessoas começaram a me discriminar. Diziam: "Gari com tatuagem, silicone, está querendo aparecer mesmo, tá querendo marketing". Mas não é nada disso. Tenho tatuagens já faz tempo e o silicone eu só coloquei porque era um sonho mesmo.

Rita já recebeu convite para desfilar pela Estácio de Sá no Carnaval de 2016. Enquanto aguarda mais convites, ela conta os sonhos que tem para o futuro.


— O que eu quero mesmo é minha casa e poder ajudar meus pais. Sou de família muito simples, meu pai é militar. Nunca faltou nada para a gente, mas eu quero dar uma ajuda para eles sim.

Participar de algum reality show também faz parte dos planos dela.


— Eu espero sim participar d"A Fazenda, Big Brother, algum reality show. Fora isso acho que seria legal seguir a carreira de modelo fitness. Sempre quis ser modelo, mas não gosto de fazer muitos planos. Sou muito "pé no chão" e não quero me decepcionar caso as coisas não deem certo no futuro.

Enquanto sonha, Rita continua limpando as ruas do Rio sempre com um sorriso no rosto e muita disposição.


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