Cientistas encontram 'megalópole' de cupins no nordeste brasileiro

Publicado em 21/11/2018, às 23h56
Megalópole dos cupins | Wikipedia -

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Pesquisadores da Universidade de Salford, em parceria com pesquisadores da Universidade de Feira de Santana, na Bahia, descobriram um gigantesco complexo de 200 milhões de cupinzeiros na região nordeste do Brasil. Segundo os especialistas, a “megalópole” pode ter até 4.000 anos e cobre uma área do tamanho da Grã-Bretanha. Além disso, eles são visíveis no Google Earth, sendo que alguns dos montes possuem até 10 pés de altura.

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Segundo uma pesquisa publicada este mês na revista Current Biology, os cupinzeiros estão escondidos do nível do solo e localizados em florestas semiáridas e espinhentas do nordeste brasileiro. "Esses montes foram formados por uma única espécie de cupim, que escavou uma enorme rede de túneis para permitir que eles acessem folhas mortas para comer com segurança e diretamente do chão da floresta", afirmou o entomologista Stephen Martin, da Universidade de Salford, em um comunicado. “A quantidade de solo escavado é equivalente a quatro mil Grandes Pirâmides de Gizé e representa uma das maiores estruturas construídas por uma única espécie de inseto", completou.

Veja vídeo postado no site Independent.co.uk:

Os montes, que ainda estão sendo construídos, chamaram a atenção dos cientistas quando algumas das terras foram desmatadas para pastagens nas últimas décadas. Amostras de solo coletadas dos centros de 11 montes indicaram que os montes foram criados de 690 a 3.820 anos atrás. Isso os torna tão antigos quanto os mais velhos cupins conhecidos do mundo, que estão localizados na África.

Os montes não são ninhos, mas, sim, o resultado da escavação lenta e constante de uma rede de túneis subterrâneos interconectados, que resultou em resíduos acumulados em cones na superfície.

A vasta rede de túneis, aparentemente, permite acesso seguro a um suprimento esporádico de alimentos, semelhante aos ratos-toupeira-pelados, que também vivem em regiões áridas e constroem redes de toca muito extensas para obter comida, disseram os pesquisadores.

"É incrível que, hoje em dia, você possa encontrar uma maravilha biológica 'desconhecida' desse tamanho e idade e com os ocupantes ainda presentes", disse Martin.

Os pesquisadores disseram que ainda há muitas perguntas não respondidas sobre as colônias de cupins, incluindo a exata estrutura física dos ninhos e onde estaria alojada a rainha da espécie, cuja câmara ainda não foi encontrada.

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