Cientistas descobrem o que acelera o derretimento de geleiras

Publicado em 23/11/2016, às 22h46

Redação

Cientistas descobriram o mecanismo que tem provocado o rápido derretimento do glaciar da Ilha Pine, no oeste da Antártida e concluíram que a aceleração de sua retração começou por volta de 1945, depois de um período de aquecimento oceânico ligado ao fenômeno El Niño.

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Entre as geleiras que estão derretendo em todo o mundo, as que tem o maior potencial para contribuir com a elevação do nível do mar são as que ficam no Manto de Gelo da Antártida Ocidental, de acordo com os autores do novo estudo, publicado nesta quarta-feira, 23, na revista científica Nature.

Localizado em uma ilha no Mar de Amundsen, no oeste da Antártida, o grande glaciar está se retraindo, mas o mecanismo inicial que levou a essa retração não era conhecido.

Para realizar o estudo, os cientistas analisaram detalhadamente amostras de sedimentos retiradas debaixo do glaciar flutuante da Ilha Pine. A deposição dos sedimentos deixa sinais que documentam as mudanças ambientais ocorridas ao longo dos anos.

Com a análise, os cientistas mostraram que, próximo de um proeminente cume no solo marinho, o glaciar sofreu uma transição ao longo do tempo: o que era uma geleira assentada no solo passou a ser uma plataforma de gelo flutuante.

Utilizando técnicas de datação aplicadas aos sedimentos, os cientistas revelaram que uma cavidade oceânica se formou sob a plataforma de gelo, por trás dos cumes submarinos, começou a se formar aproximadamente em 1945, depois de um pico de calor associado ao fenômeno El Niño no Oceano Pacífico.

O descolamento da plataforma de gelo ocorreu na década de 1970, segundo o estudo. De acordo com os autores, embora nas décadas seguintes as condições climáticas já tenham voltado aos padrões anteriores a 1940, o afinamento e retração do Glaciar da Ilha Pine não parou.

Segundo eles, os resultados do estudo ajudam a esclarecer os mecanismos que controlam o derretimento de mantos de gelo e indicam que a retração pode continuar mesmo quando as pressões climáticas se enfraquecem.

O grupo de cientistas que realizou o novo estudo foi liderado por Martin Truffer, da Universidade do Alasca em Fairbanks (Estados Unidos), e por David Vaughan e James Smith, ambos da Universidade de Cambridge (Reino Unido).

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