Chacina deixa 6 mortos da mesma família em Jequié, cidade mais violenta do país

Publicado em 05/10/2023, às 14h38
Jequié fica no sudoeste da Bahia | TV Sudoeste -

João Pedro Pitombo / Folhapress

Seis pessoas de uma mesma família foram mortas na manhã desta quinta-feira em Jequié (370 km de Salvador). Dentre as vítimas estão uma criança de cinco anos, dois homens e três mulheres, sendo uma delas grávida de nove meses.

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A Polícia Civil, que investiga o caso, informou que homens armados invadiram a casa da família que fica no bairro Loteamento Amaralina e dispararam contra as seis pessoas que estavam no local.

As vítimas foram identificadas como Natiele Andrade de Cabral, 22, Elismar Cabral Barreto, 23, Sulivan Cabral Barreto, 35, Maiane Cabral Gomes, 45, Lindivoval de Almeida Cabral, 66, e Laiane Andrade Barreto, 5.
Conforme o relato de parentes, os seis eram de uma família de ciganos, informou a Polícia Militar.

À frente das investigações, a Polícia Civil coletou imagens de câmeras de segurança que ficam no entorno da casa e estão ouvindo testemunhas para tentar identificar os autores e elucidar as circunstâncias do crime.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontaram Jequié como a cidade do Brasil com maior a média de mortes violentas proporcional à sua população em 2022, com 88,8 mortes para cada 100 mil habitantes. Ao todo, foram 141 assassinatos.

Localizada no sudoeste da Bahia, a cidade tem 158 mil habitantes, é cortada por duas importantes rodovias e abriga um presídio de médio porte. Tem uma geografia com vales que se erguem no entorno do rio de Contas e casas construídas de forma improvisada nos morros.

Epicentro de uma disputa entre facções que atuam no tráfico de drogas, a cidade viu o número de violentas escalar nos últimos anos. Foram 57 em 2020, número que subiu para 85 em 2021 e atingiu seu pico em 2022, com 141 mortes. A média de idade das vítimas é de 26 anos.

CRISE NA SEGURANÇA - A Bahia, estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT) enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial, com epicentro nas periferias das cidades, cujas famílias vivenciam a morte diária de uma legião de jovens negros e pobres.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos.

A Bahia foi, no ano passado, o estado com mais mortes decorrentes de intervenção policial, com 1.464 ocorrências -o que dá uma média de 28 casos por semana. Desde 2015, o número de mortes registradas como autos de resistência quadruplicou no estado.

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