Alagoas

Censo: domicílios particulares representam mais de 80% dos pontos visitados por recenseadores em AL

| 02/02/24 - 10h02
| Foto: IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (2), as coordenadas geográficas de todos os pontos visitados durante as operações do Censo 2022. É a primeira vez que essas informações estão disponíveis para a sociedade.

A coleta das coordenadas geográficas em todo o território é inédita no censo demográfico. A partir de agora, gestores, pesquisadores, empresários, ONGs e demais interessados podem ter acesso a uma visualização precisa de diversos aspectos urbanísticos, sociais e econômicos de regiões de interesse nos municípios, estados, e em todo o Brasil.

Cada coordenada geográfica, registrada por latitude e longitude, corresponde a uma espécie (tipo) de endereço visitado pelos recenseadores. Tais espécies são divididas em seis categorias, que mapeiam domicílios particulares e coletivos, edificações em construção ou reforma, além de estabelecimentos agropecuários, de ensino, saúde, religiosos, ou de outras finalidades (como comércio e serviços).

Alagoas

Em Alagoas, foram geradas mais de 1,6 milhão de coordenadas geográficas durante o Censo 2022. A maior parte corresponde aos domicílios particulares, que representam 81,2% de todos os endereços registrados pelos recenseadores.

O restante do perfil das coordenadas é composto por estabelecimentos de outras finalidades (11,26%); edificações em construção ou reforma (3,39%); agropecuários (3%); religiosos (0,54%); de ensino (0,3%); saúde (0,2%); e domicílios coletivos (0,06%).

No comparativo apenas entre os estabelecimentos mapeados, lideram aqueles destinados a outras finalidades (74%), seguidos pelos agropecuários (20%) e religiosos (4%). Estabelecimentos de ensino representam 2% desse total, e os de saúde existem em menor proporção (1%).

Mais de 111,1 milhões de coordenadas foram mapeadas em todo o Brasil.

Importância e uso das informações para o estado

Os dados das coordenadas servem a usos diversos, que permitem analisar as dinâmicas de organização e ocupação dos territórios mapeados, suas áreas de influência, e vazios urbanos ou rurais.

As possibilidades vão desde a identificação de áreas de risco e de vetores de expansão habitacional, até o mapeamento da proporção e distribuição de estabelecimentos de determinado tipo em uma região. Essas informações também podem ser cruzadas com outros bancos de dados, como os disponibilizados pela Defesa Civil, ampliando as perspectivas de análise e visualização.

“As coordenadas fornecem informações valiosas para o mapeamento e planejamento de políticas públicas em todo o Brasil. Essa divulgação permite uma análise mais detalhada da distribuição da população e das atividades econômicas, o que pode auxiliar no planejamento de melhorias em áreas como saúde, educação e infraestrutura”, avalia Vitor Couto, Chefe da Seção do Cadastro de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) do IBGE em Alagoas.

Padrões de ocupação em regiões de interesse

Um dos usos possíveis das coordenadas trata da visualização dinâmica das áreas efetivamente ocupadas pelos domicílios e estabelecimentos em determinadas regiões. A espacialização dos dados permite identificar possíveis padrões de ocupação local, tais como predominância de ocupação em áreas de litoral, além de vetores de expansão da área metropolitana, por exemplo.

Além de evidenciarem a ocupação ou desocupação dos locais mapeados pelo recenseamento, as coordenadas trazem a possibilidade de filtrar as espécies de endereços (domicílios, estabelecimentos, etc) presentes no entorno. Essas informações podem ser úteis para avaliar as repercussões sociais, urbanísticas e ambientais de fenômenos que ocorrem nessas áreas de interesse.

Distribuição e proporção de estabelecimentos

A distinção das coordenadas por espécie também permite traçar comparativos a partir da análise da distribuição dos tipos de estabelecimento e de domicílios, num mesmo local. A comparação entre áreas em que há provável expansão da ocupação (edificações em reforma ou construção) e a proporção de estabelecimentos de saúde ou de ensino nessas regiões pode, por exemplo, indicar futuras necessidades a serem supridas pela Administração Pública ou iniciativa privada.

Baixo São Francisco: análise interestadual a partir das coordenadas geográficas

Além dos limites estaduais e municipais, as coordenadas podem servir para traçar comparativos entre regiões de influência com território mais extenso, inclusive entre diferentes estados. Um exemplo de aplicação pode ser a análise dos padrões de ocupação do território em alguns municípios ribeirinhos que compõem a região do Baixo São Francisco, entre Alagoas e Sergipe.