Casos de depressão e ansiedade aumentam na pandemia; saiba como lidar

Publicado em 31/05/2021, às 08h45
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Extra Online

Durante a pandemia, o mundo percebeu um aumento de casos de depressão e ansiedade, ao mesmo tempo em que os serviços de atendimento a pacientes com doenças mentais foram interrompidos. É importante saber que esses transtornos têm tratamento e, aos primeiros sintomas, as regras sanitárias de combate à Covid não devem impedir que se procure ajuda médica e psicológica.

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De acordo com o quadro, pode ser necessário o uso de medicação. Em geral, o tratamento baseia-se na associação de remédio e psicoterapia, que pode ser feita também on-line. Praticar algum exercício físico, ioga e meditação também são recursos benéficos com eficácia comprovada cientificamente.

Pesquisadores ingleses publicaram no Journal of Mental Health, publicação científica sobre saúde mental, quatro medidas que devem ser adotadas urgentemente para que o mundo tenha condições de enfrentar o crescimento acentuado de doenças como ansiedade e depressão na próxima década, segundo a Agência Einstein.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 264 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo, e um a cada 13 indivíduos manifesta sintomas de ansiedade. A pandemia de Covid-19 agravou o problema ao obrigar todos ao isolamento social, fazer aumentar o medo com o futuro e elevar a carga de estresse. Ao mesmo tempo, de acordo com pesquisa da própria OMS, de 2020 até agora, 93% de 130 países apresentaram interrupção ou fechamento dos serviços de atendimento a esses pacientes. É o primeiro levantamento a indicar o grau da devastação nos sistemas de assistência às enfermidades psiquiátricas na maior parte do mundo em razão da pandemia.

Cientes da proporção do problema, os acadêmicos propuseram que as autoridades de saúde de todos os países invistam em quatro iniciativas: levantamento do número de crianças e jovens que neste momento apresentam algum problema mental persistente; melhoria do entendimento das ligações entre a saúde física e a mental, com foco na eliminação da mortalidade derivada dessa associação; aumento do número de novos tratamentos e melhora das intervenções e de serviços de apoio existentes; aumento do acesso às redes de atendimento em hospitais ou ambulatórios.

— Essas ações darão um guia para pesquisadores e responsáveis pela formulação de políticas públicas de saúde sobre o que é preciso fazer para que estejamos mais preparados no futuro — diz Dame Wykes, do King´s College London’s Institute e um dos autores do artigo.

O Brasil não dispõe de levantamentos atuais. Por isso, não é possível saber com precisão o impacto da pandemia na saúde mental da população. A observação clínica e alguns indicadores numéricos sugerem, no entanto, elevado aumento de casos, especialmente de depressão e ansiedade.

Relação com a comida

O próximo 2 de junho é o Dia Mundial de Conscientização sobre os Transtornos Alimentares. Para a psiquiatra Maria Francisca Mauro, a data não é sobre problematizar o que comer, mas alertar aos que sofrem com algum transtorno que isso não precisa ser um segredo.

— Informar e conscientizar não cria problemas, mas possibilita que esses gatilhos emocionais não sejam barreiras que o impeça de obter autoconhecimento e conseguir chegar ao tratamento certo — explica a médica, que é mestre em Psiquiatria pelo Propsam/UFRJ e atua como psiquiatra especializada na área de transtornos Alimentares e obesidade.

Estima-se que a prevalência mundial dos transtornos alimentares seja em torno de 1% da população, e o principal grupo acometido é composto por mulheres jovens. Devido ao alto impacto que estes quadros causam na vida de quem sofre com a relação com a comida não se pode negligenciar este tipo de comportamento.

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