Theo Chaves, com TV Pajuçara
O assassinato de Mônica Cavalcante, que aconteceu em São João da Tapera, no interior de alagoano, no último dia 18 de junho, completa 30 dias nesta terça-feira (18). Além de chocar a população da pequena cidade do sertão, e do estado todo, o feminicídio da jovem de apenas 26 anos deixou um rastro de feridas para os familiares dela. O único suspeito de cometer o crime, Leandro Pinheiro Barros, esposo de Mônica, segue foragido.
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Em entrevista à repórter Mônica Ermírio, da TV Pajuçara, a família Cavalcante relatou que as cicatrizes causadas pelo crime bárbaro não se curaram. Para o pai, Mônica Cavalcante sempre dizia que estava tudo bem no relacionamento, que estava feliz.
"Ela sempre dizia que estava tudo bem, que não estava ruim. Eu me despedi dela pouco antes de tudo acontecer. Era por volta de 2 horas da manhã, quando eu encontrei com eles. Não houve nenhum tipo de briga na festa onde estávamos. Eu os vi, conversei com ela. Ela foi embora e, logo depois, eu recebi essa notícia", disse Carlos Antônio Cavalcante, pai de Mônica.
Carlos Antônio Cavalcante (à esquerda), pai de Mônica, esteve com a filha horas antes dela ser assassinada. Foto: Cortesia ao TNH1
Já a tia de Mônica, que no dia do crime estava em São Paulo, contou que ao receber a notícia sobre a morte da sobrinha logo imaginou que o crime teria sido praticado pelo marido dela. Alessandra Cavalcante relatou que o casal possuía, sim, um histórico de brigas e discussões.
"Eu estava trabalhando e a minha cunhada me ligou. Quando eu vi a ligação, por volta de 4h40 min daquele dia 18, eu até imaginei que fosse algo com a minha mãe, pelo fato dela ser idosa. Quando eu atendi, a minha cunhada disse que havia acontecido uma tragédia e perguntou onde eu estava. A minha cunhada então disse que a Mônica havia sido assassinada. Na hora a minha perna começou a tremer, a minha voz ficou trêmula e eu fiquei sem reação. Eu só lembro de ter perguntando para a minha cunhada se tinha sido ele, se tinha sido o Leandro. O histórico de brigas e discussões entre eles me fez pensar, naquele momento, que seria o Leandro. Eu cheguei em casa, peguei a minha filha, fiz minhas malas e vim pra casa", contou a tia.
No dia do crime, os filhos de Mônica tinham ficado com a irmã dela, para que o casal pudesse ir à festa. Emocionada durante a entrevista, a irmã, Maria Eduarda Cavalcante implorou por Justiça e disse que vai criar os filhos da irmã.
Assista à reportagem exclusiva da TV Pajuçara com os depoimentos dos familiares da vítima:
"Eu estava dormindo com as duas crianças, com os dois filhos dela. A Mônica havia me pedido pra ficar com os dois, pra poder ir nessa festa. Eles ficaram comigo, nós dormimos juntos e, por volta das 4h40 da manhã, eu recebo uma ligação. Era meu primo nessa ligação, que perguntava se seu estava aqui na cidade. Ele me disse que a Mônica havia morrido. Eu saí desesperada do quarto e a minha tia estava na cozinha. Ficamos desesperadas e a minha tia caiu ao chão. E eu logo imaginei que teria sido o marido dela. Agora eu só imploro por justiça. Eu não vou ter a minha irmã de volta. Ela era a minha melhor amiga, minha parceira. Eu só imploro por Justiça e peço força pra poder criar os frutos que ela deixou", completou a irmã.
Mônica Cavalcanti (à esquerda) e Maria Eduarda Cavalcante (à direita). Foto: Cortesia ao TNH1
Principal suspeito segue foragido - O feminicídio contra Mônica Cavalcanti completa 30 dias nesta terça e o único suspeito de cometer o crime, Leandro Pinheiro Barros, de 38 anos, continua foragido.
De acordo com informações da Polícia Civil, Leandro Pinheiro, de 38 anos, é filho de um policial e conhece bem como agir nesse tipo de situação. Até o momento, a única informação divulgada sobre o paradeiro de Leandro é que ele esteve no estado de Sergipe logo após assassinar a esposa a tiros. Desde então, o único suspeito do crime não foi mais visto.
A Justiça alagoana já decretou a prisão temporária de Leandro e a Polícia Civil de Alagoas montou uma comissão, com três delegados, para investigar o caso. A PC está, ainda, recebendo apoio de autoridades de outros estados para tentar prender o suspeito.
Leandro Pinheiro (à direita), marido de Mônica, é o único suspeito do crime. Foto: Reprodução
Diante da possibilidade de Leandro Pinheiro ter fugido para estados vizinhos, o setor de inteligência da Polícia Civil estaria monitorando os estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e São Paulo como possíveis locais para onde Leandro possa ter fugido. A informação foi confirmada ao TNH1 pelo delegado Diego Nunes, no último dia 27 de junho.
A Polícia Civil ainda informou que nova informações sobre um possível paradeiro de Leandro estão sendo mantidas em segredo pela polícia, para não atrapalhar as investigações.
O caso - Mônica Cavalcante, 26 anos, foi encontrada morta com marcas de tiros no município de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, no dia 18 de junho deste ano. O principal suspeito do crime é o companheiro dela.
Segundo informações iniciais passadas pela PC-AL, o assassinato aconteceu após uma suposta discussão entre o autor e a vítima.
Em vídeo gravado minutos antes de morrer, Mônica havia afirmado que estava em um relacionamento abusivo com o companheiro. "Eu estou bem, sabe? Eu tenho a consciência de que fui uma boa esposa, sabe? Fiz tudo ao meu alcance para ser feliz", disse a vítima aos prantos. Assista abaixo:
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