Caso Mônica: assassino diz que comentário do pai da vítima causou discussão que terminou em morte

Publicado em 08/04/2024, às 19h27
Foto: Reprodução/TV Pajuçara -

Theo Chaves

Durante depoimento à Polícia Civil, Leandro Pinheiro Barros disse que um comentário feito pelo pai de Mônica Cavalcanti teria gerado a discussão que culminou no assassinato a tiros da mulher. Leandro foi ouvido no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) do Benedito Bentes, na tarde desta segunda-feira (8), pela comissão de delegados que investiga o caso, dois dias depois da chegada dele em Maceió.  

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O assassino confesso da jovem de 26 anos voltou a afirmar, em interrogatório, que estaria embriagado quando efetuou os disparos em frente ao Fórum de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, no dia 18 de junho de 2023. O corpo de Mônica foi encontrado em via pública e Leandro deixou a cidade às pressas.

"Ele alegou que estava embriagado, que não recordava de detalhes do fato, mas afirmou que havia ocorrido uma discussão com a vítima em uma festa em que eles estavam na noite do crime. Leandro disse que após essa discussão, a esposa teria saído do local. Ele alega que permaneceu mais alguns instantes e, em seguida, saiu à procura dela e não a teria encontrado. Ele conta que retornou para a festa para procurá-la e se dirigiu para a casa onde eles moravam. Ao chegar de carro na frente do imóvel, ele estava em posse de uma arma de fogo, que estava na perna dele. Leandro conta que Mônica teria aberto a porta do caso e o surpreendeu com uma discussão, momento em que ele teria efetuado os disparos contra ela. O acusado disse também que a discussão se deu, inicialmente, após um comentário que o pai da vítima fez durante a festa em que o casal estava. Ele não teria gostado e isso teria dado início a uma discussão, que terminou com o crime", disse o delegado Diego Nunes, que faz parte da comissão que investiga o feminicídio, em entrevista ao programa Cidade AL, da TV Pajuçara/Record

Segundo o delegado, Leandro teria fugido para a cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, logo após o crime. Ele negou que recebeu ajuda de familiares nos últimos meses. "Leandro alega que, após o crime, ele fugiu para a Bolívia com o dinheiro que ele possuía guardado, uma quantia em espécie. A partir disso, ele iniciou uma nova vida nesse país. Leandro ainda alega que não tinha vínculo com familiares de Alagoas e que estava começando uma nova vida. Agora, estamos em uma nova fase das investigações, na terceira fase, justamente para esclarecer toda a ajuda que ele recebeu ao longo dos últimos meses e as circunstâncias da fuga dele. Vamos esclarecer se ele contou com a ajuda de alguém e com quem ele mantinha contato na Bolívia. Uma dessas pessoas que sabemos é essa mulher, com quem ele tinha um relacionamento amoroso. De início, as informações que temos é que essa mulher não sabia que ele teria cometido esse crime de feminicídio", disse Nunes.

Diego Nunes ainda detalhou que, aparentemente, Leandro não demonstrou arrependimento de ter matado a esposa. "Durante as investigações, constatamos que Mônica estava em um ciclo de violência psicológica e doméstica, que infelizmente ela não conseguiu se desvencilhar. Ele alega que não queria ter praticado o crime, que estaria embriagado. Ele também se disse arrependido e que gostava muito da vítima, porém ele demonstra frieza ao narrar os fatos. Não demonstra comoção com o fato em si. Aparentemente, ele demonstrou mais comoção com o fato de ter sido preso", completou. 

O caso

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