Theo Chaves com TV Pajuçara
Quatro dos seis policiais militares que participaram da ação que vitimou com um tiro de Fuzil o empresário Marcelo Barbosa Leite, no último dia 14 de novembro, em Arapiraca, devem prestar depoimento à polícia nesta quinta-feira (08) e os outros dois prestam depoimento na sexta-feira (09), na sede da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic), no bairro Santa Amélia, em Maceió.
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A informação foi confirmada ao TNH1 pelo delegado Sidney Tenório, que integra a comissão que investiga o caso.
Os militares estão sendo representados pelo advogado Napoleão Júnior, que convesou com a reportagem do programa Fique Alerta, da TV Pajuçara, nesta quarta-feira (07). Na versão apresentada pelo advogado, Marcelo Barbosa estaria dirigindo em alta velocidade e isso teria chamado a atenção dos PMs.
Napoleão Júnior, advogado de defesa dos militares. Foto: Reprodução / TV Pajuçara |
“Eles estavam trafegando na via numa velocidade de patrulhamento policial, entre 10 e 20 km/h, quando um veículo Creta, que não se sabia quem estava dentro desse veículo, ultrapassou as duas guarnições da polícia militar, numa velocidade incompatível com a via. Passou por cima de uma lombada, mais conhecida como quebra mola, em situação anormal, empreendendo velocidade. Nesse momento, aguçou nos policiais o intuito de suspeita de proceder com abordagem. Ele passa novamente o segundo quebra mola em alta velocidade. E aí os policiais iniciaram, então, uma dinâmica de perseguição a esse veículo, a fim de localizá-lo, abordá-lo e ver se haveria algum material ilícito no veículo. Nisso, o carro do sr. Marcelo pega um retorno saindo do Shopping de Arapiraca, voltando em direção a base do 3º batalhão. Também, há uma saída de emergência em frente a unidade do 3º batalhão. Os policiais, então, entraram nessa saída para abordar o carro de Marcelo de frente. Nisso, o Marcelo vendo os veículos, apesar de identificá-los com a sirene acionada, ao invés de atender o comando legal dos policiais, ele joga o carro por cima dos policiais. E aí não restou nenhuma alternativa senão dos policiais conterem disparando contra o veículo, e isso porque visualizaram uma arma de fogo na direção dos policiais", detalhou o advogado.
Ainda segundo Napoleão, o veículo do empresário foi tirado do local por questão de segurança. "O veículo foi retirado por questão de segurança. Enquanto uma viatura estava prestando socorro a Marcelo, que foi alvejado, a segunda viatura começou a tirar o veículo do leito da via e o deixou na frente do batalhão", acrescentou a defesa.
Advogado de familiares contesta versão de PMs - Em entrevista ao TNH1, o advogado Leonardo de Moraes, que representa os familiares de Marcelo, contestou a versão apresentada pelos PMs.
"A alegação dos familiares é baseada em provas, em vídeos. Temos imagens da ação policial que vitimou Marcelo. Em nenhum momento os vídeos mostram Marcelo em alta velocidade ou em posse de uma arma. Marcelo nunca teve arma. Além disso, a cena do crime foi totalmente modificada pelos policiais, e eles apresentaram uma arma que nunca esteve em posse de Marcelo. O empresário foi atingido pelos disparos às 12h e 49 minutos do dia 14 de novembro, e foi dar entrada em uma unidade hospitalar, que fica a cerca de 1,5 quilômetros do local onde a ação aconteceu, por volta das 1h e 18 minutos. Ou seja, demoraram aproximadamente 30 minutos para socorrer Marcelo", detalhou o advogado.
Leonardo de Moreas, advogado da família de Marcelo. Foto: Reprodução / TV Pajuçara |
Três delegados investigam o caso - O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, designou, no último dia 17, uma comissão para atuar à frente das investigações, antes tratada como suposta tentativa de homicídio. A comissão é composta pelos delegados Filipe Ferreira Rodrigues Caldas (presidente da comissão), Sidney Walston Tenório de Araújo e Cayo Rodrigues da Silva.
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