Caso Katharina: Polícia entende que houve suicídio; veja o que dizem perícia e MP

Publicado em 03/09/2024, às 16h25
Imagem do local em que a menina foi encontrada morta no sítio da família | Polícia Científica -

Paulo Victor Malta e Theo Chaves

A reprodução simulada do caso Maria Katharina Simões foi realizada na manhã desta terça-feira, 3, em Palmeira dos Índios, para entender as circunstâncias da morte da menina de apenas 10 anos de idade no Agreste de Alagoas. A criança foi encontrada enforcada no estábulo do sítio da família, no dia 10 de julho deste ano. O exame pericial pode trazer novos indícios sobre as versões apresentadas pelos pais da criança e determinar o que de fato aconteceu naquele dia. No entendimento da Polícia Civil, os indícios apontados na reprodução apontam para suicídio. 

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"As duas versões [da mãe e do pai] foram reconstituídas. São bem parecidas, tem alguns pontos controversos, mas que não influenciam muito na elucidação dos fatos.  Nas duas versões foi constatado que realmente a criança poderia ter amarrado a corda e ter se enforcado. Vamos aguardar o laudo definitivo, mas preliminarmente podemos dizer que foi um suicídio", afirmou Diogo Martins, chefe de operações da Delegacia de Palmeira dos Índios. 

Durante quase cinco horas de exame pericial, os cinco peritos criminais analisaram uma série de fatores, incluindo altura, distância, espaço, peso, tempo e percurso. A reprodução simulada utilizou uma pessoa com características físicas semelhantes às da vítima para recriar os últimos momentos de vida da menina.

O repórter Theo Chaves, do TNH1, esteve no sítio e entrevistou também os representantes do Ministério Público do Estado, da Polícia Científica e da Polícia Civil para saber o posicionamento dos órgãos após a reprodução simulada. Veja abaixo o que disseram cada um dos membros. 

Ministério Público: "O que temos é um procedimento até então intitulado como suicídio. Mas com essas provas que serão produzidas agora e principalmente com o laudo técnico da perícia criminal, que vai ver a situação fática da situação dele (pai) não bate com a dela (mãe), o horário não bate, a altura e a distância... Com tudo isso, uma prova técnica vai conseguir visualizar quem tem razão ou não. Tudo vai depender como virá a perícia. Não tenho como antecipar, pois tudo vai depender da conclusão da perícia. O MP está no aguardo da conclusão do inquérito em que a prova técnica estará no inquérito", disse o promotor de justiça Luiz Alberto de Holanda

Polícia Científica: "Nosso intuito aqui na residência da vítima era tão somente constatar o local onde teria ocorrido o fato, coletar algumas possíveis evidências e fazer a correlação com o que foi falado durante os depoimentos no inquérito e só então conseguir produzir o laudo", enfatizou operito Edson Silva

- Há divergências do depoimento para o que vocês observaram aqui? 

- Tudo o que foi coletado aqui na reprodução é suficiente para concluir o relatório? 

- Sobre o posicionamento da cadeira, vocês a colocaram em duas posições diferentes? O que foi constatado? 

O chefe de operações, Diogo Martins, também foi questionado sobre o passo a passo da reprodução simulada. Veja abaixo:  

- Qual foi o passo a passo da simulação?

- A Polícia reconstituiu as versões do pai e da mãe? 

- A mãe relata agressões do pai e discordou da posição das cadeiras lá dentro. Essas posições foram colocadas de acordo com os depoimentos? 

- Mesmo sem o resultado da reprodução, só em olhar o que foi feito hoje, vocês acreditam ter solucionado o caso? 

 - O irmão da Katharina, em depoimento, disse que ela teria apanhado do pai antes do menino ser socorrido? 

- A mãe também disse que sofria agressões antes desse fato. 

- Você falou que está tratando o caso como suicídio. A Polícia Civil vai apurar se houve algum tipo de negligência ou será finalizado como suicídio? Ou vai aguardar o laudo? 

- Do que depende a conclusão do inquérito? 

Reprodução simulada - A reprodução simulada dos fatos é um exame pericial que tem como objetivo esclarecer a dinâmica de uma morte suspeita ou crime. Ela é realizada quando há divergências entre as versões de testemunhas, vítima ou acusado, e pode acontecer tanto na fase da investigação policial ou já na esfera judicial.

Os peritos criminais, liderados pela chefe de Perícias Externas, Rafaela Jansons, avaliaram as versões fornecidas pelos pais e uma tia. A equipe também contou com a presença do chefe do Instituto de Criminalística de Arapiraca, Marcos Aurélio, e dos peritos Adailton Junior, José Edson e Letícia Albuquerque.

Polícia Científica
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O procedimento foi acompanhado pelo promotor Luiz Alberto de Holanda, da 1ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, pelo delegado Rosivaldo Vilar, policiais civis do 64º DP e pelos advogados das partes envolvidas. O laudo detalhado da reprodução simulada está previsto para ser enviado até o final de setembro.

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