Caso João de Assis: auditor fiscal foi torturado e apedrejado, afirma promotora

Publicado em 01/11/2024, às 10h59
Anderson Macena/MPAL -

João Arthur Sampaio

O julgamento dos cinco acusados de matar o auditor fiscal, João de Assis, foi retomado na manhã desta sexta-feira (1º). Todas as 34 testemunhas foram ouvidas nessa quinta-feira (31) e, hoje, está acontecendo o debate do Ministério Público do Estado de Alagoas, que deve ser seguido da fala da defesa.

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Em sua fala inicial, a promotora do MP, Adilza de Freitas, afirmou que Ronaldo, um dos acusados, atingiu a vítima com facadas e os demais participaram. “O Ricardo já respondeu por um crime e essa é a razão de montarem a defesa reportando tudo a Ronaldo”.

Segundo Adilza, João foi torturado, teve os dedos cortados, a perna quebrada, foi asfixiado, além de ser apedrejado. 

“Depois de toda a dor do luto, os criminosos e a defesa ainda tentaram arranhar a conduta da vida profissional de um homem íntegro para justificar uma barbárie. Expuseram sua imagem fazendo a família sofrer de novo. Não costumo pegar o nada consta das vítimas, mas nesse caso fiz questão de pegar para desfazer o que tentam atribuir a João de Assis", declarou.

O assistente de acusação, Bruno Vasconcelos Barros, fez a apresentação das imagens do caso. Ele reforçou a sustentação do MP, que trata da participação de todos. "Precisamos punir os executores e seus cúmplices. Porque está mais do que provada a participação, os quatro mataram, uns concorreram para o crime".

Bruno enfatizou que, a versão dos réus de que a vítima recebeu uma facada com uma faquinha que usavam costumeiramente para lanches seria impossível, por conta da imagem da cabeça totalmente aberta.

"Vocês hoje têm a obrigação de separar o joio do trigo, de não deixar esse crime impune. E termino clamando hoje ao Conselho de Sentença, como clamou o senhor João de Assis: me ajude meu Deus", encerrou o assistente de acusação.

Os acusados - Todos são da mesma família. Os réus Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Vinícius Ricardo de Araújo da Silva serão julgados com as qualificadoras motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, crime cometido contra idoso, ocultação de cadáver e corrupção de menor, já que convenceram um menor a ajudar a limpar o local do crime. 

A mãe de três dos acusados, Maria Selma Gomes Meira, será julgada por ocultação de cadáver, corrupção de menor e fraude processual. Ela também teria limpado o sangue da vítima da cena do crime e auxiliado na retirada do veículo da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz) do local.

O caso - No dia 26 de agosto de 2022, João de Assis, auditor fiscal da Receita Estadual, da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), foi encontrado morto após uma inspeção em um depósito de bebidas. O corpo foi achado carbonizado na região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, e o veículo da Sefaz, que ele dirigia, foi localizado em uma região de canavial, perto da rodovia AL-405. 

Segundo os autos, o auditor fiscal João de Assis, de mais de 60 anos, foi assassinado com múltiplas lesões na cabeça. A vítima realizava uma inspeção no estabelecimento de propriedade de João Marcos Gomes de Araújo, Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo e Maria Selma. O acusado Vinícius Ricardo era funcionário deles. Ainda conforme o processo, a vítima foi espancada, asfixiada, apedrejada e esfaqueada.

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