Caso Franciellen: ré é perigosa e responde a processos dentro do presídio, diz MP

Publicado em 23/05/2018, às 09h33

Redação

Uma mulher perigosa, com processos administrativos por indisciplina, tentativas de motins no Presídio Feminino, acusações de ameaça e histórico de transferência para uma unidade de segurança máxima em Pernambuco. É essa mulher, descrita pelo promotor de Justiça Antônio Malta Marques, que vai a júri nesta quarta (23) pelo homicídio triplamente qualificado da jovem Franciellen Araújo Rocha, cometido em 2013.

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Vanessa Ingrid da Luz Souza é apontada pela acusação como mandante do assassinato. O motivo: ciúmes. Ela teria descoberto um relacionamento entre a vítima e seu parceiro, “Ninho do Zé Tenório”, e decidiu atraí-la para o local do crime, um apartamento em Cruz das Almas, onde agrediu e torturou a jovem. Em outro lugar, na Serraria, com ajuda de várias pessoas, a ré ateou fogo ao corpo de Franciellen, que segundo a tese do Ministério Público Estadual, ainda estava viva.

“Até que enfim chegou o momento de a sociedade dar uma resposta a essa onda de violência. Vamos trabalhar para que, dentro da lei, possamos levar todos à condenação máxima”, defende o promotor.

Para ele, a demora entre o dia do fato e o julgamento faz parte de uma estratégia da defesa para que o crime caia no esquecimento. “É lamentável, e é uma estratégia, porque em tese a sociedade tende a esquecer dos fatos tão repugnantes, da crueldade terrível... Como se não bastasse, eles tocaram fogo na vítima ela ainda viva. Vamos provar isso”, afirma.

Participação dos réus

De acordo com a denúncia do Ministério Público, os réus Vanessa Ingrid da Luz Souza, Thiago Handerson Oliveira Santos e Victor Uchôa Cavalcanti tiveram a maior participação no homicídio.

Os três foram pronunciados por crime triplamente qualificado, por conta dos agravantes previstos no Código Penal, que são: motivo torpe, com crueldade (uso de fogo) e, por último, mediante dissimulação que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.

Os outros réus são Saulo José Pacheco de Araújo e Nayara da Silva. Ele foi quem transportou a vítima e os acusados do apartamento onde ela começou a ser espancada, até uma mata na Serraria, onde o homicídio se concretizou. Ela participou dos atos de violência e foi enquadrada pelo crime de tortura.

“O Saulo não teve participação no espancamento, entretanto foi de suma importância para a concretização do homicídio, uma vez que se não tivesse o carro dele, o crime não teria acontecido”, argumento Malta Marques.

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