Caso de irmãos assassinados completa três anos sem julgamento de militar acusado

Publicado em 25/03/2019, às 15h25
Reprodução Redes Sociais -

Erik Maia

A morte dos irmãos Josenildo Ferreira, 16 anos, e Josivaldo Ferreira, 18, ambos com necessidades especiais, e do pedreiro Reinaldo da Silva, completou três anos nesta segunda-feira (25) e o julgamento do caso em 1ª instância ainda aguarda o julgamento de um recurso contra o pronunciamento do réu, o cabo da Polícia Militar Johnerson Simões Marcelino, no Tribunal de Justiça.

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Ele comandava uma guarnição do 5º Batalhão da Polícia Militar que fazia rondas no bairro do Village Campestre, após a morte de um policial civil, que teria sido reconhecido por um grupo de criminosos.

Durante a patrulha, os dois jovens foram mortos e armas teriam sido colocadas na cena do crime para confirmar a versão de que os jovens teriam reagido a abordagem da polícia. O problema é que, de acordo com a família dos jovens, eles eram pessoas com deficiência mental e se tratavam numa associação em Maceió.

O tio dos dois jovens, Cláudio Silva, lamentou a demora no julgamento do caso. “Isso vai matando a gente aos poucos. Isso mata a gente por dentro. O pai morreu há poucos meses e não viu a justiça ser feita. É muito angustiante, porque vemos outros casos comprovados, como esse, que já foram concluídos e a nossa família sofrendo dessa forma”, desabafou.

O TNH1 conversou com o juiz titular da 9º Vara Criminal de Maceió, Geraldo Amorim, que preside o julgamento. Ele informou que o caso aguarda uma decisão de um recurso impetrado pela defesa do réu.

“Só após o julgamento desse recurso eu poderia dar prosseguimento com o andamento da instrução processual”, explicou.

Advogado do militar, Thiago Marque Luz, afirmou à reportagem que aguarda o julgamento de um recurso em sentindo estrito, impetrado no âmbito do Tribunal de Justiça de Alagoas, em 18 de dezembro do ano passado, contra o pronunciamento do cabo.

“Nós demos entrada nesse recurso por entender que não há comprovação de que houve homicídio doloso nesse caso. Até o momento, o nosso cliente permanece preso, no presídio militar de Alagoas, no sistema prisional de Maceió”, afirmou o advogado.

Dois Habeas Corpus já foram impetrados pela defesa do militar, o primeiro de novembro de 2017 e o segundo de dezembro de 2018, mas ambos foram negados pelo Tribunal de Justiça de Maceió.

O relator do processo e o desembargador João Luiz Azevedo Lessa. O TNH1 tentou contato com ele, mas as ligações não foram atendidas. A assessoria de comunicação do TJ informou à produção da TV Pajuçara que os desembargadores não falam com a imprensa sobre processos. 

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