Caso Davi Hora: mãe lembra promessa do filho antes de ir a festa em que foi assassinado

Publicado em 24/09/2018, às 11h46
Valéria Hora pediu o fim da impunidade na morte do filho | Assessoria TJ/AL - Caio Loureiro -

Erik Maia com assessoria TJ

Valéria Hora, mãe de Davi Hora Barros, assassinado em 2005 após uma festa de São João em São Miguel dos Campos, afirmou em depoimento durante o julgamento de Rodolfo Amaral, na manhã desta segunda-feira (24), que o filho morreu por cumprir uma promessa. De acordo com ela, Davi não era amigo do réu e teria apenas feito o que prometera à mãe, pediu para dirigir porque Rodolfo havia bebido. Os dois discutiram e o réu acabou atirando contra vítima.

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“Eu tinha medo de deixar o meu filho ir pra essa festa justamente por não conhecer esse rapaz, que não frequentava nossa casa, não tínhamos nenhuma relação. Meu filho cumpriu o que ele me prometeu”, disse em depoimento.

Valéria Hora durante depoimento. Foto: Caio Loureiro/Assessoria TJ/AL

Ela ainda classificou a atitude de Rodolfo, de levar uma arma para o local da festa, como irresponsável. “Uma pessoa que sai para uma festa para se divertir, leva uma arma, bebe e queria voltar dirigindo. É uma atitude extremamente irresponsável”, pontuou.

Ela concluiu o depoimento clamando contra a impunidade. “Não gostaria que a morte do meu filho ficasse impune. Meu filho foi assassinado”, concluiu.

O segundo julgamento

Rodolfo chegou a ser absolvido durante júri realizado em 2014, mas o TJ determinou novo julgamento. Foto Caio Loureiro/Assessoria TJ/AL

O assassinato de Davi Hora está sendo julgado pela segunda vez porque o primeiro júri, em maio de 2014, foi anulado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, por entender que o resultado, a absolvição de Rodolfo Amaral (foto acima), foi contrário às provas.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas, o réu, a vítima e mais dois jovens foram a uma festa de São João no município. Segundo depoimentos, Davi Hora e os dois jovens tentaram convencer Rodolfo, que estava embriagado, a não dirigir para Maceió.

O réu se recusou, dizendo “eu vim dirigindo, vou voltar dirigindo”. Davi teria, então, dito: “Se ele me matar, eu volto para pegar ele”. Rodolfo teria replicado: “Tu mata ninguém, gordinho”. Nesse momento, ele sacou uma arma e efetuou um disparo contra Davi, segundo o MP/AL.

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