Caso Anna Luísa: OAB Alagoas vai acompanhar investigações sobre morte de trans em SP

Publicado em 20/09/2023, às 19h14
Arquivo Pessoal -

TNH1 com TV Pajuçara

A OAB Alagoas confirmou que vai acompanhar as investigações sobre a morte da mulher trans Anna Luísa Pantaleão, 19. A alagoana, natural de Pão de Açúcar, teve o corpo encontrado nessa terça-feira, 19, no interior de São Paulo, depois de 15 dias desaparecida. O autor do crime, o motorista de transporte por aplicativo identificado como Lúcio, de 21 anos, foi preso e confessou o assassinato com golpes de canivete.

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Segundo o advogado Giovanny Souza, da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB Alagoas, Anna Luísa foi vítima de transfobia. "Trata-se de um crime de transfobia, mas infelizmente ele está equiparado aos crimes de racismo, só para os crimes contra a honra, como difamação, discriminação, injúria... No caso do homicídio, não está configurado. O que acontece é que deve ser tratado pela Justiça como homicídio motivado por transfobia, por motivo torpe, ou até mesmo por feminicídio", disse em entrevista ao programa Cidade AL, da TV Pajuçara.

"A OAB Alagoas, o Ministério Público e outras instituições ativistas vão acompanhar para dar um suporte para a família, manter informada, até porque é um interesse de ordem pública para pessoas transexuais. Mas como o crime aconteceu em São Paulo, ele vai ser processado e julgado em São Paulo", acrescentou.

O velório e o sepultamento de Anna Luísa, em Pão de Açúcar, ainda não têm data definida. O corpo ainda está em São Paulo onde passa por perícia e o traslado deve ser feito até a próxima semana.

"As pessoas transexuais, travestis, e homossexuais, por serem marginalizadas, por serem excluídas da sociedade, tentam buscar oportunidade para se manter e se sustentar. É um pedido até de reflexão para empresários e empreendedores, para que contratem pessoas trans ou travestis, existem muitas que têm bom gabarito e currículo, e precisam entrar no mercado de trabalho. Só que por justamente ser trans ou travesti, o que não tem problema algum, não são empregadas. E muitas vezes recorrem à prostituição ou ir para outro lugar para sobreviver", finalizou Souza.

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