João Victor Souza
Dezenas de casais LGBTI+ estiveram nesta segunda-feira, 10, no jardim do Museu Théo Brandão, em Maceió, para oficializar a união civil entre eles. A terceira edição do casamento coletivo em Alagoas foi realizada pelo Grupo Gay de Alagoas (GGAL) em parceria com o Tribunal de Justiça (TJ-AL), através do programa Justiça Itinerante.
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Após o discurso do juiz, responsável por distribuir as certidões de casamento aos presentes, cerca de 100 pessoas aplaudiram o final da cerimônia. Familiares e amigos dos casais acompanharam a celebração e registraram o momento com vídeos e fotos.
Veja o vídeo:
Família e convidados dos casais acompanharam o evento (Crédito: João Victor Souza / TNH1) |
Em meio a diversas histórias, a reportagem do Portal TNH1 identificou duas mulheres que construíram uma nova vida a partir do conhecimento da linguagem de sinais. A intérprete de libras Betânia Augusto conheceu a companheira, a autônoma e deficiente auditiva Rosana da Hora Silva, em uma associação para surdos. Em pouco tempo, as duas transformaram a amizade em amor e já estão há quatro anos juntas.
“Eu a encontrei pela primeira vez quando atuava como técnica da Seleção Alagoana de Futsal Feminino para Surdas. A gente foi se conhecendo melhor e surgiu o namoro. Há quatro anos moramos juntas e idealizamos essa ideia de união. Hoje é um dia que marca nossas vidas”, disse Betânia. “Eu quero que ela seja minha esposa para o resto da vida”, completou.
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Já Rosana não escondeu a emoção de oficializar a relação perante a Justiça. “Ela foi uma surpresa na minha vida. Eu sou a primeira surda negra em Alagoas, represento essa categoria. Eu me sinto muito feliz por estar com ela. A Betânia é uma excelente pessoa”, afirmou com a ajuda da intérprete Roberta Rafaelle, que intermediou a entrevista.
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O romance do autônomo Paulo Vítor e do servente de pedreiro Severino Manoel teve início há quatro meses, porém o pouco tempo não foi obstáculo para o desejo da união civil. Paulo Vitor destacou que a ideia surgiu no começo do namoro.
“A gente se conheceu em uma praça e acabou rolando. A decisão de casar foi desde o princípio, nós planejamos as coisas, nos preparamos para dar a notícia para as nossas famílias. E deu tudo certo. Foi ótimo quando dei a notícia para meus parentes, eles apoiaram”, relatou.
Mãe Vera e dona Maria José acompanharam o casamento de Paulo e Severino (Crédito: João Victor Souza / TNH1) |
Presente no casamento, a líder espiritual Mãe Vera, de religião de matriz africana, também mãe de Paulo, reforçou o apoio ao movimento LGBTI+ e deseja o melhor para o casal. “Não pode deixar enfraquecer. Eu fico feliz com a felicidade deles”, disse mãe Vera, ao lado da avó de Paulo, a dona Maria José, que também compareceu ao evento.
Mais uma edição do casamento coletivo de casais homossexuais foi realizado em Alagoas (Crédito: João Victor Souza / TNH1) |
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