Ana Carla Vieira
As chuvas da semana passada fizeram mais uma casa desabar em Maceió no último sábado (17). Mas a casa da vez já era conhecida da vizinhança no Benedito Bentes. e ganhou repercussão na imprensa no ano de 2019, após as moradoras terem sido resgatadas pela família.
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As informações são de que as duas irmãs, idosas, cavavam o terreno com uma colher de pedreiro há pelo menos 8 anos quando foram retiradas do local. Elas tiraram todo o barro em volta da área construída, chegando a deixar o alicerce do imóvel exposto quase dois metros do nível da área externa.
Dois anos depois que as duas deixaram o local a casa não aguentou o volume das chuvas e uma parte desabou.
Os vizinhos ficaram assustados, com medo de que a casa deles também fosse comprometida. "Minha casa está cheia de rachadura e estamos com muito medo", disse uma das vizinhas, a comerciante Keila Gluce.
De acordo com o filho de uma das idosas, a Defesa Civil foi acionada, na época da desocupação, para que fizesse o aterro do local. Mas, segundo Almir Filho, o órgão emitiu um documento atestando que o local não apresentava risco.
"A família não tem condições financeiras para arcar com esse aterramento. Nós somos cinco filhos, minha mãe era empregada doméstica e nos criou sozinha. Quero pedir, de fato, que o poder público aja não só no sentido de procurar culpados, mas sim de ajudar à família", disse Almir, em entrevista ao repórter Hélio Góes, da Rádio Pajuçara FM 103,7.
Almir disse ainda que a mãe passa bem, e desde que saiu do local, por insistência da própria família, mora em uma casa que era dele. "Na época houve muita informação desencontrada, mas fui eu mesmo que tirei ela de lá, eu mesmo que carreguei os poucos bens que ela tinha", enfatizou.
"Peço desculpas aos vizinhos, a gente não queria que ninguém estivesse passando por isso", lamentou Almir Filho.
Procurada pelo TNH1, a Defesa Civil Municipal de Maceió disse que a ocorrência do desabamento da casa não foi registrada no órgão. Quatro equipes estiveram no bairro nesse fim de semana, mas não foram avisadas sobre o desabamento e nem houve chamado através do número 199.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, a recomendação é que os vizinhos acionem o órgão para que as vistorias nos imóveis sejam feitas para identificar se há risco.
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