Paulo Victor Malta
"Não é só futebol". Você provavelmente já deve ter escutado essa expressão algumas vezes. É quando o esporte se revela na sua mais pura forma e expõe os melhores sentimentos dos seres humanos. Em Maceió, Alagoas, o torcedor do CSA não vai esquecer deste domingo, 25 de novembro de 2018. Milhares de azulinos tomaram as ruas da cidade para receber de braços erguidos o CSA.
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O Azulão do Mutange conquistou o acesso para a Série A, a elite do futebol brasileiro, e resolveu fazer um carnaval fora de época na capital alagoana. Com direito a caminhão do Corpo de Bombeiros, trio elétrico e muitas bandeiras, o Azulão puxou o bloco e arrastou uma multidão do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em Rio Largo, até a praia de Ponta Verde.
Torcedores, jogadores, membros da comissão técnica, funcionários, dirigentes e conselheiros pareciam não acreditar na ascensão meteórica do time. Em três anos, o clube marujo passou feito um foguete e escalou divisões sem poupar fôlego. Da Série D em 2016 para a Série A em 2019.
A presença em massa dos torcedores fechou as pistas de entrada e saída do aeroporto. Já posicionados no trio elétrico e na viatura do Corpo de Bombeiros, os protagonistas do acesso não conseguiam sair do lugar. Foram quase duas horas somente na via de saída do aeroporto. A situação era tão complicada que muitos passageiros que se dirigiam ao aeroporto, mas não conseguiam chegar devido ao engarrafamento, precisaram descer dos carros e ir andando com as bagagens ali mesmo na pista ou no gramado do canteiro ao lado para não perderem o voo. Foi a partir dai que o fluxo começou a melhorar.
Na frente do trio, Celsinho não largava a bandeira do CSA. Perto dele, Didira, Rubens, Roger, Mota, Boquita e Alexandre Cajuru acenavam para a torcida. Os auxiliares Gabriel Cabo e Rodolfo Oliveira, membros da comissão técnica, também estavam presentes.
O "Bloco do Azulão" saiu e foi percorrendo as avenidas. Passou pela Durval de Goes Monteiro e Fernandes Lima escoltado pelo menos por 10 viaturas da Polícia Militar. Com prioridade no trânsito, o trio elétrico, em determinado momento, parou no meio da avenida, segurando toda a carreata. O motivo? A cerveja havia acabado. A cena foi cômica. Às pressas, funcionários do clube corriam pela pista trazendo sacolas e caixa térmica carregadas de cerveja.
Acabou a cerveja. Pararam o trio no meio da avenida e foram comprar mais no posto. Cena cômica na festa do CSA. Carreata segue animada para a praia de Ponta Verde #pfc pic.twitter.com/a4ABvBrFbn
— Pajuçara Futebol PFC (@pajucarafutebol) 25 de novembro de 2018
O trio elétrico parou o trânsito novamente. Desta vez para pegar o ídolo Jacozinho. Figura ilustre na história azulina, Jacozinho se emocionou com o acesso #pfc pic.twitter.com/STDVmxnRaZ
— Pajuçara Futebol PFC (@pajucarafutebol) 25 de novembro de 2018
Algum tempo depois, a cena voltou a se repetir. Mas desta vez foi para o embarque do ídolo Jacozinho, que estava em uma das esquinas da parte alta da cidade. Jacozinho subiu no trio, comemorou com seu jeito folclórico e se emocionou ao festejar o acesso à Série A.
A situação nas ruas era tão incomum, que até quem dirigia no sentido oposto parava para buzinar e acenar ao trio elétrico. Nas calçadas e nas passarelas, a galera acenava e filmava com os celulares.
Entre celebrações, músicas do funk ao pagode baiano, gritos de "Série A", provocações ao rival CRB e muitos alertas de "Cuidado com o fio de energia e o galho de árvores", o "Bloco do Azulão" desfilou por quase seis horas.
A carreata cruzou toda parte alta, passou pelas Praças Centenário e Sergipe, desceu a ladeira Geraldo Melo e enfim seguiu pelo bairro do Poço até chegar na Praia da Avenida, no Jaraguá.
A multidão aumentou nas orlas de Pajuçara e Ponta Verde, parada final da carreata. Já enfeitada com decorações natalinas, a orla pareceu o cenário ideal para o presente antecipado de Natal do CSA. Sob discursos emocionados de Didira, Marcelo Cabo e outros personagens da conquista, o CSA festejou a conquista com os torcedores azulinos e encerrou o desfile que vai ficar na lembrança do futebol alagoano.
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