Cantora é mordida por morcego em show; quais os riscos do 'ataque' à saúde?

Publicado em 02/06/2024, às 14h17
Reprodução/Video -

UOL

Taylor Momsen, vocalista da banda The Pretty Reckless, foi mordida por um morcego ao abrir o show do AC/DC na Espanha, na última quarta-feira (29). Assista a seguir:

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Ela contou que o animal se agarrou a sua perna e percebeu o "ataque" pelos gritos da plateia. "Ele era fofo, mas sim, ele me mordeu", contou nas redes sociais.

Mordidas de morcego são consideradas um contato de alto risco com o animal, assim como arranhões e até lambidas. Um dos principais riscos é a transmissão do vírus da raiva, por meio da saliva dos animais.

Por isso, a recomendação ao ter qualquer contato é buscar atendimento médico o mais rápido possível. Nesses casos, é normal que a pessoa use profilaxia contra a raiva, que inclui soro e vacina. É o que aconteceu com a cantora Taylor Monsen, que contou ter sido vacinada.

O acompanhamento médico também é essencial para orientar os cuidados com a ferida, pois o manejo com produtos corretos afasta o risco de infecções.

Taylor Momsen foi mordida por animal em show (Crédito: Arquivo Pessoal)

Entenda a raiva - A raiva é causada por um vírus que afeta o sistema nervoso central, tanto de animais quanto de seres humanos. A transmissão ocorre por animais infectados, como os morcegos, cães, gatos, raposas, guaxinins e primatas.

Apesar de rara, a transmissão também pode ocorrer de humano para humano por meio de transplante de tecidos ou de órgãos infectados (especialmente de córnea) e por via respiratória, entre profissionais que manipulam altas cargas virais em locais fechados, como laboratórios.

Sintomas surgem quando o vírus alcança o cérebro, geralmente após 45 dias do contágio. Os mais comuns são:

Depois, com a evolução do quadro, há ansiedade, confusão, agitação, insônia e alucinações --apontando o estágio fatal, o paciente deve ser internado.

Risco das fezes dos animais - O contato com fezes de morcegos também é responsável pela transmissão da histoplasmose, também conhecida por "doença do morcego" ou "doença das cavernas". A infecção ocorre a partir do contato com solo contaminado, além de frutas ou árvores com partículas do fungo Histoplasma capsulatum.

A porta de entrada da doença é pelas vias respiratórias, se alojando no pulmão e, depois, podendo se espalhar para outras partes do corpo. Na maioria dos casos, a pessoa entra em contato com o fungo, mas o sistema imunológico, a defesa do corpo, "dá conta" do agente. Mas o resultado pode ser diferente para quem tem a imunidade já comprometida.

A doença manifesta-se com sintomas respiratórios, simulando pneumonia, que causa tosse seca, febre, fraqueza e falta de ar.

De acordo com o Ministério da Saúde, a histoplasmose é uma micose sistêmica endêmica de ampla distribuição mundial, com casos nos EUA, Argentina, Venezuela, Equador, Paraguai, Uruguai e Colômbia. No Brasil, há microepidemias da doença, segundo a pasta, em grupos de pessoas infectadas em locais contaminados, como grutas habitadas por morcegos, galinheiros e pombais. Os locais com maior concentração estão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Goiás.

Cuidados ao encontrar um morcego - A recomendação é colocar uma caixa sobre o animal para impedir que ele se movimente, principalmente se estiver agitado ou se houver crianças e animais domésticos em lugares próximos. Depois, é preciso entrar em contato com órgãos de saúde, como a Guarda Civil Metropolitana Ambiental, Centro de Controle de Zoonoses ou Corpo de Bombeiros.

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