Redação
Daniel Costa tem inúmeros motivos para comemorar neste fim de temporada. Capitão do CSA, ele foi o responsável por liderar uma equipe que conquistou um precioso espaço na história centenária do clube alagoano. Foi dele o tradicional gesto de erguer a taça de campeão brasileiro da Série C, após o término da decisão com o Fortaleza, no último sábado, no Rei Pelé. Um troféu inédito para o clube.
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Importante peça na formação do técnico Flávio Araújo e muito querido pela torcida, o jogador viveu momentos marcantes na disputa da Terceirona. De lances decisivos, como os gols marcados, as assistências para os companheiros e as vitórias heróicas, aos dias de sofrimento com o falecimento de seu irmão, às vésperas da segunda partida da semifinal da competição.
Em entrevista exclusiva ao Portal TNH1, o meia, de 29 anos, destacou a união do elenco marujo e conversou sobre a responsabilidade de ter sido o líder de uma equipe campeã. Confira abaixo.
(Crédito: Pei Fon / Portal TNH1)
De 52 jogos oficiais do CSA na temporada, Daniel atuou 38 vezes e marcou em cinco oportunidades. Na Série C, ele foi autor de dois golaços na primeira fase, curiosamente, contra a mesma equipe, o Sampaio Corrêa.
Veja a seguir a entrevista com Daniel Costa na íntegra:
Portal TNH1: Qual foi o diferencial do CSA para conquistar esse título brasileiro?
Daniel Costa: A união foi o diferencial do nosso grupo. Na semana seguinte ao término do Campeonato Alagoano, já tivemos o primeiro jogo da Série C, que foi a partida com o ASA. Naquela época, teve uma desconfiança com o time, e assim, houve uma troca de jogadores. Mas, logo tivemos uma empatia com os atletas que chegaram, e isso se transformou em respeito e união. A qualidade do time foi aparecendo e se encaixando, até conquistarmos esse título inédito.
Foi um dos melhores grupos que você já trabalhou?
Com certeza. Esse foi um dos melhores grupos que já trabalhei. Amizade, companheirismo, um querendo ajudar o outro, dentro e fora de campo. Posso afirmar que foi um dos melhores grupos.
Como foi o momento de levantar a taça? O que passou pela sua cabeça?
Passa um filme, né? Eu lembrei do início do campeonato, de todos os percalços que tivemos durante o torneio, então todos os momentos surgem na sua mente. É um momento que não há palavras para descrever. É o ápice de qualquer atleta.
Foi a primeira vez que você foi campeão sendo o capitão da equipe?
Foi. Inclusive foi a primeira vez que fui capitão na minha carreira. Foi algo natural, aconteceu, mas nunca imaginei porque acho que não tenho perfil para isso.
Você está sendo muito assediado pelos torcedores nas ruas?
Eu nem tenho saído muito [risos]. Estou arrumando a bagagem para viajar e curtir as férias. Mas, eu vou para alguns lugares, como padaria e supermercado, e sempre tem um torcedor que me pede uma foto ou um autógrafo. Esse carinho é legal por parte dos torcedores.
O que mudou do Daniel Costa de 2014, ano de sua primeira passagem pelo clube, para o Daniel Costa de 2017?
Mudou o cabelo, pois agora estou sem [risos]. Em três anos passei por vários lugares, vivi situações que me fizeram amadurecer, a aprender mais. Então tudo isso me ajudou dentro e fora de campo. Aprendi a saber lidar melhor com as pessoas, a ler mais o jogo, enfim. Acredito que foi mais bagagem mesmo, mais experiência.
Você usa a camisa 10, que é o número mais procurado pelo torcedor que quer adquirir a camisa do clube. A que você atribui o fato desse número, com todo o misticismo que há, ter uma preferência entre os torcedores?
É difícil falar. Em alguns clubes usei outra camisa, como no Santa Cruz, que vesti a número 8. Mas não tenho nenhum tipo de preferência ou de superstição. É mais pela função que o “10” desempenha em campo, que é a camisa do meia que arma, que faz a ligação ao ataque. Aí acabou sobrando para mim e uso ela com muito carinho.
(Crédito: Pei Fon / Portal TNH1)
Nós sabemos que é um assunto delicado, porém foi um fato que também marcou o seu ano no CSA. Momentos antes de o clube disputar a segunda partida semifinal com o São Bento, você foi informado sobre o falecimento do seu irmão. O que te levou a tomar a decisão de entrar em campo e jogar naquela noite?
O meu irmão foi uma referência para mim. Comecei a gostar de futebol porque o acompanhava muito. Então, eu decidi jogar aquela partida porque tenho certeza que ele estaria feliz em me ver ali. Eu penso que quando uma pessoa falece, você tem que ter o sentimento de que fez o possível enquanto ela esteve viva. O que eu pude fazer, eu fiz. No momento que ele descansou, procurei forças para fazer o meu trabalho, pois ele estava feliz em me ver bem. Depois, eu fui prestar a minha ultima homenagem a ele.
Você recebeu mensagens de apoio por parte da torcida e do clube?
Sim, demais. Foi algo que vou levar para o resto da minha vida. Eu fiquei arrepiado com o carinho do torcedor, foi algo fantástico. Isso me deu forças para atuar na semifinal. Foram muitas mensagens, o carinho foi imenso e fiquei muito contente com isso.
(Crédito: Pei Fon / Portal TNH1)
Bem, o ano acabou para o CSA e agora o clube já começou a pensar em 2018. Você já conversou com a diretoria sobre renovação de contrato?
Iniciamos as conversas na última segunda e estamos tentando chegar a um acordo. Tenho certeza que isso vai se resolver logo e todos ficarão contentes.
Você recebeu propostas para deixar o clube?
Sim, chegaram algumas coisas concretas. Mas estou esperando o CSA, a preferência é dele. Quero definir aqui primeiro.
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