Câmara de Maceió dá 48h para IMA entregar documentação sobre a Braskem

Publicado em 16/05/2019, às 18h20
Divulgação/Ascom Câmara de Maceió -

Redação TNH1 com assessoria

Quarenta e oito horas foi o prazo dado pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Maceió ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) para que o órgão entregue todos os documentos que possui como autuações e licenças dadas a Braskem ao longo dos anos de trabalho da mineradora em Maceió.

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A decisão foi tomada em audiência realizada com técnicos do próprio instituto nesta quinta-feira (16), na sede da Casa, em Jaraguá. Também convocada para prestar esclarecimentos, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) do Serviço Geológico do Brasil não compareceu.

Já a Braskem, representada por seus advogados, acompanhou os trabalhos somente na condição de ouvinte. CPRM e Agência Nacional de Mineração (ANM) vão voltar a ser convocadas pela CEI.

O objetivo da CEI é confrontar as informações que o IMA possui com os dados apresentados em relatório da CPRM, na semana passada, quando o órgão do Serviço Geológico do Brasil apontou a Braskem como responsável pelos problemas no solo dos bairros do Bebedouro, Mutange e Pinheiro, que há um ano sofrem com fissura, rachaduras e afundamento em vias e imóveis. Além disso, os vereadores que compõem a CEI também querem determinar as responsabilidades dos órgãos que deveriam fiscalizar o trabalho de mineração e não o fizeram.

Presidente da CEI, o vereador Francisco Sales (PPL) afirmou que a comissão não pretende prejudicar absolutamente ninguém no processo de investigação da Braskem, mas lembrou que, apesar da responsabilidade apontada pela CPRM contra a multinacional, ainda há pontos que precisam de esclarecimento.

“Há questões como a apresentação de dados pela empresa, utilizando-se ou não de má-fé, que não correspondiam à realidade do que vinha sendo levantado pelo Serviço Geológico do Brasil ao longo desse tempo de pesquisas no Pinheiro, depois no Mutange e Bebedouro. Solicitamos toda documentação que o órgão possui sobre licenças de instalação e exploração das minas, por exemplo, para sabermos qual o próximo passo a ser tomado. O fato é que milhares de famílias seguem sofrendo pela irresponsabilidade de muita gente, e isso necessita de uma resposta à sociedade e aos atingidos”, declarou Sales.

Para o relator substituto da CEI, vereador Francisco Filho (Progressistas), o relatório da CPRM apresentado no último dia 6, deixou claro a responsabilidades da Braskem. Porém, ainda se faz necessário avaliar se os órgãos autorizados para fiscalizar a empresa e o trabalho de mineração também são corresponsáveis no processo.

“Da mesma forma que a Braskem foi apontada pela CPRM como agente decisivo na desestabilização do solo na região do Pinheiro, é necessário que essa CEI também consiga esclarecer falhas ou omissões de órgãos que tinham a obrigação de fiscalizar a mineradora, mas não o fez. É lógico afirmar que se houve falha no trabalho da empresa, é porque houve falha na tarefa de fiscalizá-la. O que escutamos do IMA aqui na Câmara aponta para o fato de que o órgão, por exemplo, assim como a Agência Nacional de Mineração (ANM), deixaram de fazer sua parte para garantir que nada passasse sem a devida investigação”, disse Francisco Filho.

Ordem do dia

Em sessão ordinária desta quinta, os vereadores discutiram e aprovaram diversos projetos que visam ao bem-estar da sociedade maceioense. Simone Andrade (DEM) teve requerimento aprovado pedindo ao Executivo que realize a reforma da ponte da Rua Projetada, em Garça Torta. Por sua vez, Cléber Costa (Progressistas) solicitou à prefeitura, por meio de indicação, que se coloque proteção (gradil) em torno da ponte do Vale do Reginaldo com o intuito de coibir suicídios no local.

Luciano Marinho (Podemos) apresentou projeto de lei, aprovado pelo Plenário da Casa, que cria e institui no calendário de comemorações de Maceió, o aniversário do Bairro Cidade Universitária.

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