Calor extremo provoca branqueamento de corais brasileiros; entenda impactos

Publicado em 11/01/2025, às 14h36
O aumento da temperatura está causando o branqueamento em massa de corais — Foto: Projeto Coral Vivo -

G1

O calor extremo registrado em 2024 foi responsável por mais uma consequência que pode ser irreversível para o meio ambiente: um novo episódio de branqueamento de corais no Brasil.

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O balanço anual do Projeto Coral Vivo aponta que uma forte onda de calor combinada com o El Niño causou o segundo grande clareamento dos recifes brasileiros, observado na região norte do Nordeste. O primeiro registro em massa aconteceu em 2019.

O branqueamento é um fenômeno diretamente ligado ao aquecimento das águas do oceano. Com a perda de coloração, os recifes ficam enfraquecidos e mais expostos a doenças, o que aumenta o risco de morte desses ecossistemas.

Os impactos do branqueamento são graves e envolvem não só a perda da biodiversidade como o desaparecimento de diversas espécies marinhas, desequilibrando ecossistemas.

"O aumento da temperatura dos oceanos, impulsionado pelas mudanças climáticas, está causando o branqueamento em massa desses ecossistemas frágeis", afirma o projeto em um comunicado.
Além das consequências para a vida marinha, setores como pesca e turismo também são diretamente afetados pela fragilização dos corais. O fenômeno pode levar à escassez de alimentos e agravar a situação de comunidades que dependem da pesca.

De acordo com a UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, na sigla em inglês), o clareamento nem sempre é fatal para os corais. A situação ocorre quando esses ecossistemas estão sob estresse e pode ser revertida caso a temperatura da água volte a resfriar.

Mas, ainda segundo o programa da ONU, os branqueamentos estão durando mais e têm se tornado mais frequentes, o que pode contribuir para o desaparecimento dos recifes.

Recifes mais afetados
O monitoramento do Projeto Coral Vivo também mapeou as áreas mais afetadas pelo branqueamento em 2024. A porção norte do Nordeste, incluindo locais como Maragogi, em Alagoas, e Natal, no Rio Grande do Norte, foi a mais atingida.

A Baía de Todos os Santos, que inclui Salvador e região, também foi bastante impactada. De acordo com o relatório, a intensidade da onda de calor foi moderada nesta faixa.

Já no sul da Bahia, que abriga os maiores e ricos recifes de coral do Brasil, a onda de calor foi menos intensa e duradoura, gerando uma mortalidade muito baixa.

O balanço também destaca que as duas espécies que mais sofreram com a primeira onda de branqueamento, em 2019, – o coral-de-fogo e o coral-vela – foram novamente as que mais morreram em 2024.

Os recifes de coral no Brasil são os maiores de todo o Atlântico Sul. Esses ecossistemas abrigam um quatro de toda a vida marinha fornecendo abrigo, alimento e áreas de reprodução para milhares de espécies.

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