Paulo Victor Malta
A última coletiva do técnico Marcelo Cabo antes do último jogo nesta Série B do Campeonato Brasileiro foi mais longa do que o habitual, cerca de 22 minutos. No CT do Mutange, o treinador do CSA opinou que é o momento de tranquilizar a parte mental e psicológica dos jogadores para a decisão com o Juventude em Caxias do Sul e afirmou que o CSA merece o acesso.
LEIA TAMBÉM
"Claro que o CSA é merecedor do acesso. Ele fez por onde estar aqui neste momento dependendo das suas únicas forças para poder chegar à Série A. O CSA merece chegar neste momento dependendo só das suas forças. Eu entendo que o CSA hoje está entre as equipes que podem pleitear uma vaga na Série A, dependendo só de um resultado ou até mesmo do empate, caso haja uma vitória do CSA, acho que o CSA conquistando o acesso, é merecedor, sim. Porque trabalhou bem a competição. Fez uma competição estável, uma competição regular e chega nesse momento dependendo de um resultado positivo para chegar à Série A".
"O CSA continua dependendo das suas forças. Uma vitória nos leva à Série A. É claro que todos após a partida, todos, sem exceção, ficamos muito tristes. Mas a gente sabia que era uma partida de futebol, existem três resultados. Infelizmente os dois resultados que nos levariam à Série A não aconteceu. Mas a gente sabia que teria mais uma nova oportunidade nesse sábado. O que procurei fazer foi quebrar o retrovisor. Quebrei o retrovisor, esqueci as 37 rodadas que estavam atrás porque não posso modificar essas 37 rodadas, não posso modificar o que aconteceu com o Avaí, mas posso modificar o que vai acontecer", comentou Cabo.
Com 59 pontos, o CSA é o quinto colocado e só depende das próprias forças para alcançar o acesso. Uma vitória simples garante o time alagoano no G-4, já que Avaí e Ponte Preta, que ocupam a terceira e quarta posição, respectivamente, se enfrentam no outro jogo da rodada. Caso empate, o CSA precisa torcer por uma vitória do Avaí.
"Os substitutos já estão preparados, estão trabalhando. O mais importante é trabalhar a parte mental e psicológica dos jogadores nesta semana. O que a gente precisa é deixá-los com a mente tranquila, a mente focada única e exclusivamente para o jogo. Conversamos bastante com o grupo. Temos o Lulinha (Tavares, coach), que é um especialista e me ajuda nesta ferramenta de tranquilizar os jogadores. Claro que você jogar em casa diante de 20 mil pessoas, toda uma expectativa, claro que cria ansiedade nos garotos, nos jogadores".
"O que a gente quer tirar deles essa semana é essa ansiedade. Que as coisas venham transcorrer normalmente. A gente dá essa tranquilidade para que eles cheguem leves, com o HD vazio lá para jogar diante do Juventude. E eles possam potencializar tudo aquilo que trabalharam até hoje. Foi uma semana que a gente procurou dar tranquilidade, esvaziar eles, trazer leveza para a semana de treinamento e dimensionar a importância do jogo, que é o jogo do ano", completou.
CSA e Juventude duelam neste sábado (24), às 16h (horário de Alagoas), no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. O Portal TNH1, a TV Pajuçara e a Rádio Pajuçara FM Maceió - 103,7 acompanham os detalhes da decisão.
Veja outros trechos da coletiva.
Presente para torcida
"Rapaz, eu tenho tanto carinho e tanto apreço pela torcida do CSA, pela nossa massa, pela nossa nação azulina. Foi uma torcida que sofreu muito, que esteve numa segunda divisão do Campeonato Alagoano. Há três anos, a gente não tinha divisão. Um passado recente, eles acostumaram a ganhar, a vencer. Acesso da D para a C, acesso da C para a B. Infelizmente perderam dois títulos seguidos para o CRB. Esse ano conquistamos o 38º título depois de 10 anos. Nossa torcida voltou a ser alegre, voltou a ter o orgulho, nunca perdeu, mas hoje tem a satisfação de botar sua camisa e ir na orla caminhar".
"Me orgulha muito depois do jogo do CSA, moro bem perto da orla, vou dar minha caminhada... Falo para todo mundo, nem no Rio de Janeiro, o Flamengo quando ganha tem tanta camisa na orla de pessoas caminhando como tem aqui no CSA na orla de Maceió. Eu sou um cara que expresso meus sentimentos mais internamente, mas isso é uma coisa que me deixa comovido. A gente corre, a gente joga por eles".
"A gente sabe que não conseguiu o objetivo no sábado, mas que todo mundo deu o seu melhor. Talvez tenha sido a melhor semana de trabalho na minha carreira, em todos os aspectos. O que a diretoria fez pela gente, o que os jogadores focaram, o que nós trabalhamos, a palestra pré-jogo, o respeito que apregoamos ao adversário. A gente queria muito presentear eles com esse acesso dentro do Rei Pelé, mas não foi possível. Mas eles podem ter certeza que nós vamos redobrar as nossas forças. Vamos buscar ir além do limite. A gente vai buscar no impossível para trazer esse acesso de presente para eles".
"Eles merecem muito porque o que eles sofreram nos últimos anos. E hoje eles têm o orgulho de botar a camisa do CSA e andar no shopping, andar na praia, andar na rua. E isso me orgulha muito, me dá um prazer muito grande de ver. Hoje eu visto o manto azulino. Minha família vive isso. Na sala da minha casa tem uma bandeira do CSA e a minha mulher não tira, desde o título do Estadual. O que eles podem ter certeza, não só eu, como o presidente, a diretoria, o Raimundo (Tavares), o Rafael (Tenório), os jogadores, os funcionários, quem abre o portão, quem nos serve a refeição, está todo mundo muito unido, muito abraçado no intuito de dar esse presente de Natal. Esforço não vai faltar. Vamos trabalhar 24 horas, vamos nos doar, vamos nos dedicar e buscar a qualquer preço esse acesso para dar de presente para eles".
G-5
"Hoje não é G-4, é G-5. São cinco equipes, duas já na Série A e três pleiteando duas vagas. É o jogo mais importante do ano do CSA. Sem sombra de dúvidas é o jogo mais importante da temporada. É um jogo que vem coroar a maravilhosa temporada do CSA, inciando com o título estadual e uma campanha na Série B que bateu todos os recordes de uma equipe alagoana. Uma Série B estável, bem sustentável, bem firme, onde poucos acreditavam que a gente chegaria na 38ª com plena oportunidade, com uma vitória, ascender à Série A. A gente sabe da magnitude da partida, mas encara tudo com muita tranquilidade. Sabemos que é o jogo mais importante do ano para o CSA, talvez dos últimos tempos. Mas temos que encarar isso tudo com muita tranquilidade, com muita sabedoria. Precisando passar essa tranquilidade aos jogadores para que possamos sair de casa sabendo do tamanho da responsabilidade, mas encarar o Juventude como encaramos todos os adversários que jogamos fora de casa".
Escalação
"Sim, uma hora antes (do jogo), porque fizemos algumas mudanças na equipe. Já vou te adiantar isso. Algumas por razão de cartão, outras por questão técnica e tática. A gente vai segurar essa escalação até uma hora antes do jogo. É o momento da gente jogar com todas as fichas. A gente sabe que lá do outro lado tem um treinador muito capacitado e tem os seus objetivos. O Juventude joga pela sua honra, joga o seu último jogo no seu estádio. Eles também estão estudando a nossa equipe. Para que a gente possa tomar todos os cuidados e tentar ter uma equipe competitiva e buscar os nossos objetivos em Caxias do Sul".
Retorno de Didira
"O Didira nos fez muita falta diante do Avaí. Se eu falar o contrário não vai ser uma verdade. Fez muita falta. Os números do Didira na temporada 2018 podem falar por mim. É o artilheiro do CSA na temporada, é o artilheiro do CSA na Série B. Foi o melhor jogador do Estadual escolhido por vocês da imprensa e pelos torcedores. É um jogador que faz, talvez, a melhor temporada da carreira dele. É um jogador que tem uma identidade muito grande com o estado de Alagoas, com Maceió e com a torcida do CSA. A volta do Didira vai nos ajudar bastante, vai acrescentar bastante por tudo que ele representou e representa para a gente nesta temporada".
Rubens e Walter
"Não, não inicia Walter e Rubens. Olha que te respondi o que você queria, não sou tão mau assim (risos)".
Xandão e Yuri suspensos
"Já temos a equipe trabalhada. A gente já trabalhava com essa possibilidade de perder jogador com cartão amarelo. Tínhamos vários jogadores pendurados. Eu dou a mesma atenção para a equipe B e a equipe A. Quando eu coloco um jogador no time, ele está trabalhado, está pronto para entrar. E a gente vai precisar fazer as modificações porque perdeu o Xandão e o Yuri. Trabalhamos semanalmente a equipe para ter esses substitutos".
Retrovisor quebrado
"O que passei para os meus jogadores na reapresentação da segunda-feira é que a gente quebrasse o retrovisor, parasse de olhar para trás, não trouxesse aquilo que aconteceu no sábado como uma frustração, como um ponto final. O que aconteceu no sábado foi uma vírgula. E agora a gente vai continuar a história do CSA dentro da Série B".
"Eu até fiz uma analogia como se a gente fosse jogar o antigo Mundial Interclubes, que a equipe jogava um jogo para ser campeã do mundo. Nós vamos jogar o nosso jogo para ser campeão do mundo no sábado. Foi isso que trabalhei a cabeça dos jogadores, para que a gente não se apegasse pelo não objetivo alcançado no sábado, que virasse a página, deletasse na reapresentação da segunda-feira, na conversa que tive antes do treinamento e a gente focasse nessa final de mundial interclubes que vamos ter no sábado. Trabalhei toda semana isso, trazendo tranquilidade e leveza ao grupo. Tirando excesso de bagagem dentro da mochila. Que a gente possa chegar em Caxias do Sul com a mochila vazia, focado e bem trabalhado, muito bem psicologicamente trabalhado para que possa trazer o nosso objetivo no sábado".
Juventude rebaixado
"Independente de quem vai jogar, quem vai entrar, vai honrar sua carreira, vai honrar sua profissão, vai honrar o clube que vai representar. Eu não posso me apegar ao momento do Juventude. Tenho que respeitar o Juventude como se ele fosse estrear no Campeonato Brasileiro da Série B".
"Existe um treinador honrado e renomado lá, que precisa terminar a temporada com os seus objetivos e tem jogadores profissionais que vão entrar. Independente de quem vai jogar ou não, os que entrarem vão jogar pela sua família, pela sua honra, pelo seu clube. O meu respeito, a minha atenção e a minha expectativa pelo Juventude é como se fossemos pegar o Juventude na estreia da competição ou em uma final de competição. Encaro o Juventude com o maior respeito do mundo".
2019
"Cara, no momento não pensei em nada ainda sobre o meu futuro. Hoje eu sou treinador do CSA e sou muito feliz em ser treinador do CSA. Tem uma coisa que pesa muito para mim aqui. É o carinho do clube, o carinho dos torcedores. A cidade especial, a imprensa que me trata com muito respeito. As críticas que me fizeram crescer e evoluir como profissional. E a gente medita em cima das críticas também, que sempre respeitei. Até segunda-feira não vou pensar em nada a não ser buscar esse objetivo. Digo segunda-feira porque é o dia provavelmente que vamos estar de volta aqui. O foco total é em busca desse objetivo maior, que é buscar esse jogo, que é o jogo do ano para o CSA".
Última coletiva na Série B?
"Espero que sim. A gente tem muito cuidado em fazer certas colocações porque a gente precisa respeitar muito quem a gente vai enfrentar. Mas eu espero sim que seja a última coletiva da Série B e que a gente possa conquistar esse objetivo e voltar aqui na reapresentação de terça-feira falando já sobre o planejamento de 2019".
"Sinceramente, do fundo do coração, nós não traçamos uma vírgula de 2019. Precisamos respeitar a competição que estamos jogando, respeitar o adversário e respeitar nós mesmos como profissional. Mas eu quero muito estar na terça-feira aqui falando de forma diferente para vocês, celebrando esse momento. Mas vamos com calma, vamos com respeito, muito trabalho para que possamos buscar esse objetivo e presentear a nossa torcida".
Arbitragem FIFA
"Parabenizar a CBF e a comissão de arbitragem porque sempre são alvos de muita crítica. Os últimos árbitros, não vou falar três, quatro jogos, vocês podem me ajudar, eles colocaram só um árbitro FIFA, árbitro que apita final de Libertadores e isso nos trouxe muita tranquilidade. E olha que eu perdi o último jogo e o Ricardo (Marques Ribeiro) fez uma arbitragem de excelência. Ele expulsou um jogador do Avaí no primeiro tempo, expulsou o Xandão merecidamente no segundo tempo, foi firme no jogo todo".
"Parabéns à CBF e à comissão de arbitragem, que nos trazem muita tranquilidade para esse final de competição, para um jogo decisivo. Quando escalaram o Rodolpho Toski Marques, eu até comentei com minha comissão técnica, ele fez uma excelente arbitragem aqui no clássico. Um cara muito polido, muito educado, que respeita muito quem está trabalhando e é um cara muito disciplinador. Isso traz muita tranquilidade para a gente poder trabalhar no jogo".
Base do Estadual e de temporadas passadas
"É muito fácil trabalhar com esse grupo, principalmente jogadores remanescentes. Porque quando houve essa troca de jogadores que saíram, jogadores que chegaram durante a temporada, uma das coisas que eu menos me preocupo é em adaptar esses jogadores. Porque eles são muito bem recebidos por esses jogadores que a gente diz que são remanescentes de estadual, de temporadas anteriores".
"Isso não é nem uma função mais minha. Eles mesmos abraçam os jogadores quando chegam, fazem uma adaptação rápida, socializam eles dentro do grupo. E parece que os jogadores estão aqui desde o ano passado. A adaptação é muito fácil. Isso nos ajudou muito durante a temporada".
"Esse bom ambiente que existe internamente e até no extracampo, essa relação familiar que eles têm, de relação de amigos. Isso nos ajudou muito para que a gente pudesse chegar aqui com um ambiente leve, ambiente tranquilo. O CSA nunca teve problema interno em esfera nenhuma. Isso deve-se muito aos jogadores. Parabenizar os jogadores antigos do clube, que recebem sempre muito bem os que estão chegando".
LEIA MAIS