Buracos e alagamentos: chuva intensa em Alagoas aumenta chamados por seguro automotivo

Publicado em 28/09/2017, às 15h20

Redação

O ano de 2017 deverá ficar marcado em Alagoas e também no Brasil como um ano de inverno rigoroso. Este foi, inclusive, o mais longo dos últimos 30 anos. As intensas chuvas provocaram alagamentos, deslizamentos de barreiras e quedas de árvores, ligando o alerta de Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.

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Em meio à tanta chuva, a consequência da falta de escoamento, sobretudo nas grandes cidades, é que dirigir se torna uma aventura, chamando a atenção para dois problemas: inúmeros motoristas arriscaram a passagem com veículos em áreas tomadas pela água e incontáveis buracos apareceram em quase todas as regiões. Na capital alagoana, Maceió, motoristas até já criaram a gíria “tábua de pirulito” para se referir às vias públicas.

(Foto: Cortesia ao TNH1)

Segundo levantamento de uma das maiores seguradoras do país, o número de sinistros entre os meses de junho e julho aumentou 6% em relação ao mesmo período do ano passado somente em Alagoas. A maior frequência foi de colisão parcial, muitas vezes ocasionadas, por exemplo, pela presença de buracos nas vias. A seguradora também afirmou que o número de registros do mercado de automóvel em Alagoas mostrou elevação de 5% neste mesmo período.

Essa radiografia mostra que a combinação chuva com malha viária precária tem provocado uma corrida de proprietários de veículos pelo seguro automotivo.

OFICINAS LOTADAS: A DESPESA PARA OS ‘SEM SEGURO’

Assim como as seguradoras apresentaram aumento de chamados, o fluxo de veículos nas oficinas também foi intenso durante este atípico inverno. O Portal TNH1 esteve em três estabelecimentos diferentes de Maceió e conversou com mecânicos e responsáveis pelo setor de vendas. As oficinas mecânicas lotadas no pós-chuva mostram a rotina de quem deixa de fazer o seguro automotivo.

Todas as oficinas confirmaram à reportagem que a demanda cresceu em comparação com anos anteriores e cada uma registrou diferentes tipos de problema. Em uma tradicional oficina do bairro do Pinheiro, em Maceió, a maior incidência foi em motores.

“Nesse inverno tivemos mais casos. Só em relação à perda total do motor, tivemos seis a mais do que no ano passado. Já na parte de suspensão, perca de rolamento, perca de correia, tivemos mais de quinze carros com problemas variados”, contou Roosevelt de Oliveira, o popular “Zinho”, proprietário da oficina.

De acordo com o responsável de vendas de uma outra oficina visitada pelo TNH1, no bairro da Jatiúca, Márcio Lessa, este foi um dos invernos com mais casos registrados nos últimos anos e a maioria esteve relacionado aos buracos.

Além disso, alagamentos e fortes chuvas também podem causar outro tipo de problema: o acúmulo de água em compartimentos internos dos veículos. Esta situação foi a mais recorrente na terceira oficina mecânica que visitamos, também na Jatiúca. Nestes casos, tanto o carpete quanto os bancos podem umedecer e consequentemente provocar mau cheiro no veículo e danificar os equipamentos.

ALERTA: imprudência leva a prejuízos que o seguro não cobre

(Foto: Reprodução / Vídeo)

Mas vale chamar a atenção para o fato de que parte dos chamados às seguradoras acabam não sento atendida, por se tratarem de avarias provocadas pela imprudência do próprio motorista. Essa indisciplina ao transitar por ruas esburacadas ou alagadas é detectada facilmente nas oficinas.

Como alerta o corretor de seguros ouvido pelo TNH1, Gustavo Olímpio, especialista no ramo, um dos detalhes que faz toda a diferença para que o seguro cubra o dano apresentado. “O segurado não pode agravar o risco. Por exemplo, a rua está alagada e o motorista percebe que não dá para atravessar. Mesmo assim, ele tenta forçar a passagem e acontece o calço hidráulico. Em casos assim, o seguro não vai cobrir, porque houve o agravamento do risco”, explica Gustavo.

Há mais de 20 anos trabalhando no ramo, o mecânico ‘Zinho’ reforça o alerta. “Com os alagamentos nas ruas, as pessoas não conseguem ver os buracos, tentam atravessar e danificam o veículo. A maioria das vezes foram problemas ocasionados por quem se arriscou a passar por locais assim”, alerta.

SEGURO PARA DIRIGIR EM RUAS INSEGURAS

Oficinas lotadas e o ‘peso’ das ruas esburacadas no bolso dos motoristas reforçam a importância da contratação de um seguro automotivo. A adesão a esse tipo de seguro, no entanto, ainda é baixa se levarmos em consideração os dados da Porto Seguro, que apontam que no Brasil apenas 32% da frota de veículos está segurada.

O corretor de seguros, Gustavo Olímpio, apontou aspectos importantes sobre o seguro automotivo. Ele explicou que a cobertura compreensiva abrange casos gerais, como colisões, roubo, incêndio e danos ligados às chuvas.

Um dos problemas mais comuns no período chuvoso, apontado pelo corretor, é o chamado calço hidráulico. Quando o veículo passa por uma área alagada e a água invade a câmara de combustão do motor, podendo causar dano geral do próprio motor e danificar diversos recursos elétricos.

Já em situações que o motorista não teve culpa, qualquer dano pode ser coberto. “Tenho um cliente que mora na Massagueira, que foi uma região bem afetada pelas chuvas, e um dia o local que ele mora começou a alagar. Ele ainda tentou colocar o carro em um lugar mais alto, mas não teve jeito. A água cobriu o carro dele. Entrou água no motor, na caixa de marcha, queimou os componentes eletrônicos, mas o seguro foi pago. Porque foi uma situação que ele tentou inclusive proteger. A mesma situação se implica a queda de árvores. Você deixou seu carro parado e uma árvore caiu sob o veículo. O dano está coberto, o seguro vai pagar”, pontuou.

Como cada situação é analisada de maneira diferente, Gustavo também reforça que a seguradora precisa estar muito bem embasada para negar a cobertura do dano, normalmente se utilizando até de recursos como câmeras de trânsito para comprovar que houve ou não o agravamento do risco.

“O princípio básico de um seguro é o contrato de boa fé. Ou seja, você vai ter a boa fé de que se houver um sinistro a seguradora vai lhe pagar e, da mesma forma, a seguradora vai lhe pagar tendo a boa fé de que aquilo foi um ato involuntário”, afirmou.

DANOS PARCIAIS

(Foto: Nathália Lopes / TV Pajuçara)

Além da maior tranquilidade para casos mais extremos relacionados a problemas com motor, o corretor também pontua que alguns contratos apresentados pelas seguradoras também dão o benefício para coberturas de acessórios, como lavagem de carpetes e bancos e outros danos parciais.

“Não cobriu seu carro, mas encheu os bancos e o carpete de água. Também está coberto pelo seguro. O seguro fará um orçamento, mas claro que nas perdas parciais existem as franquias, se ficar abaixo, a seguradora não vai pagar. Se ultrapassar a franquia, o cliente paga a franquia e a seguradora paga o restante”, exemplificou.

CHUVA CONTINUA EM MACEIÓ

Em Maceió, esta necessidade parece aumentar apesar da chegada da primavera. Nem mesmo a mudança de estação interrompeu a quadra chuvosa, que começou em maio e já dura quatro meses.

Mesmo com menor intensidade para provocar alagamentos, os buracos ainda são uma realidade e o reparo das vias está prejudicado com a permanência da umidade no asfalto. A saída para evitar dores de cabeça ainda pode ser a contratação do seguro automotivo.

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