O Globo
A brasileira Claudia de Albuquerque Celada, de 23 anos, contraiu uma bactéria rara e desenvolveu botulismo, uma doença grave com potência neuroparalítica para o corpo humano, enquanto fazia um intercâmbio em Aspen, nos EUA. Cacau, como a brasileira é chamada pela família, foi infectada pela bactéria Clostridium botulinum (C botulinum) ao tomar uma sopa industrializada que estava contaminada.
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Alimentos enlatados fazem parte de um hábito de alimentação muito comum nos Estados Unidos e também são outras fontes muito associadas à doença. O botulismo, de acordo com material do Ministério da Saúde, é uma doença grave e rara que, ao ser desenvolvida, começa a paralisar o corpo.
O agente etiológico, causador da enfermidade, entra no corpo humano por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados que não têm produção e/ou conservação adequada.
Com a internação em um hospital americano, onde não há saúde pública gratuita, a irmã de Cacau contou nas redes sociais que os gastos com a internação e exames da jovem já beiravam os US$ 2 milhões de dólares (cerca de R$ 10 milhões). Cacau ficou mais de 60 dias no local, e cada diária na unidade de saúde custava aproximadamente US$ 10 mil.
— Para a conta do hospital não aumentar, a gente começou a trabalhar com a possibilidade de ela ser transferida via ambulância aérea para o Brasil. Ela ainda não tinha liberação para isso, todas as equipes médicas já haviam liberado menos o pneumologista. Mas ontem (dia 15 de abril), ele liberou ela para ser transferida. Nós só precisamos acertar todos os detalhes da ambulância para levá-la — afirma a irmã da intercambista, a também estudante Luisa Albuquerque Celada, de 28 anos.
Até então, a família também organizava uma vaquinha online, mas o hospital decidiu custear a ambulância aérea da garota de volta para o Brasil. A informação foi divulgada pela irmã da brasileira, Luisa. O seguro de saúde contratado pela jovem cobriu cerca de US$ 100 mil das despesas médicas, e antes de retornar ao Brasil, a secretária de saúde de Aspen, informou à jovem que ela seria incluída em um programa de assistência do governo dos Estados Unidos, o que poderia auxiliar no pagamento de parte das despesas hospitalares.
Apesar da complexidade do botulismo, Luisa afirma que os médicos preveem a recuperação completa para Cacau. Após meses de internação, ela conseguiu voltar a escrever o primeiro nome sozinha e a respirar por 1h, ainda que com o auxílio do respirador.
A brasileira foi internada no dia 17 de fevereiro de 2024, com um quadro inicial de falta de ar, tontura e visão turva, de acordo com Malu Brito, de 24 anos, amiga de infância da brasileira. Logo que chegou ao hospital, o seu corpo começou a apresentar a paralisação que caracteriza a doença. O diagnóstico foi concluído depois de 15 dias.
Segundo Luisa, que conversou por mensagens com a reportagem, nem mesmo os médicos sabiam direito como tratar a doença.
— Eles falam que é uma doença extremamente rara, a maioria deles nunca pegou um caso de botulismo na carreira, tiveram de ‘estudar’ sobre essa doença para atendê-la da melhor maneira — diz.
Como identificar a contaminação por botulismo em alimentos?
Em muitos casos, os alimentos contaminados com botulismo podem não apresentar sinais visíveis de contaminação, mas há alguns indícios que podem sugerir a presença da toxina:
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