Folhapress
A cantora Pabllo Vittar, 24, comentou sobre fake news e preconceito no Brasil em entrevista ao programa Morning Show desta quarta-feira (6).
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"O país não está preparado para artistas LGBTQ que deem a cara à tapa e que falem a verdade. Você pode ser gay, você pode cantar, desde que você seja heteronormativo e não fale as coisas que eu falo. Ninguém quer ouvir essas coisas, que a travesti morreu, que o gay foi assassinado", disse ela.
Apesar disso, a cantora diz que usa esses comentários para se fortalecer. "Esse ódio só me dá um 'imput' para levar o meu trabalho cada vez mais longe, para lugares que precisem da minha mensagem. A gente tem que falar, isso [preconceito] está aí, e acontece todo dia. Enquanto receber mensagens do tipo 'fui expulsa de casa' ou 'apanhei no colégio', eu vou falar disso, sim."
Solteira há muito tempo, Pabllo diz que embora tenha se relacionado com diversas pessoas nesse período, não conseguiu engatar um romance fixo e revelou dificuldades para namorar.
"Estou solteira há mais de quatro anos. Não consigo namorar, acho que tenho um certo bloqueio. Eu sofri uma traição que me levou a escrever 'Open bar'. Foi com um menino do meu colégio, ele me traiu com um menino que estudava comigo. O menino chegou: 'Sou seu amigo, tenho que te contar. Fiquei com seu namorado'. Falei: 'Você não é meu amigo, não'", desabafou.
Ela também contou que sua sexualidade nunca foi um problema para sua família, que a aceitou logo cedo.
"A minha condição sexual nunca foi um tabu na minha casa. Minha mãe sempre soube quem eu era, a pessoa que ia ser. Na minha casa. eu não fui a pessoa que falou 'sou gay'. Se hoje eu sou uma pessoa forte, confiante e que consegue fazer o trabalho que eu faço, é por ter tido uma estrutura familiar muito forte", contou.
PINK MONEY
Após os fãs apontarem uma referência ao Pink Money -expressão que designa como as empresas veem a comunidade LGBT e seu potencial de consumo como uma oportunidade ideológica- em seu novo clipe, "Seu Crime", Pabllo defendeu o conceito em alguns casos, mas disse que "não é uma realidade só no Brasil".
"Sempre digo: 'Se liga nesse artista que você dá play na plataforma. Se liga onde você está comprando, onde você está indo ao show, onde você está gastando o seu dinheiro. Será que esse artista está mesmo interessado na sua vivência? Será que ele está interessado no que você passa?"
E continuou: "Será que ele quer mesmo o seu bem? Eu sempre procuro alertar os meus fãs sobre isso", disse, sem citar artistas.
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