Redação
Pra afastar todos os fantasmas e tirar qualquer desconfiança da torcida. Foi assim que o Brasil venceu Honduras por 6 a 0 dentro do Maracanã, na semifinal dos Jogos Olímpicos. Com dois gols e mais duas assistências, Neymar colocou a Seleção em mais uma decisão pela medalha de ouro, além de garantir mais um feito individual: entrar na galeria junto com Marcelo, Thiago Silva, Pato, André Cruz e Bebeto.
LEIA TAMBÉM
Todos eles têm duas medalhas olímpicas com a camisa verde e amarela – mesmo que perca a decisão, o camisa 10 garante a medalha de prata. Além disso, a goleada garante o Brasil como maior medalhista de todos os tempos do futebol masculino, com seis premiações, mas nenhuma delas de ouro.
VIROU PASSEIO...
Assim que o árbitro apitou, a Seleção de Honduras deu a saída de bola para trás, de acordo com a nova regra da FIFA, e a linha de marcação do Brasil já subiu rapidamente. Buscando fazer pressão, Luan já caiu pelo lado esquerdo, o que fez com os adversários fossem recuando a posse, até cair no pé do zagueiro Palacios, que tentou um lançamento, mas viu Neymar interceptar na entrada da grande área. A bola rolou até a marca do pênalti e o camisa 10 tocou com o bico na chuteira. Ela bateu no goleiro Luis López, voltou no atacante e morreu no fundo das redes.
O gol mais rápido na história dos Jogos Olímpicos, com apenas 14 segundos de jogo, explodiu o Maracanã, mas também trouxe preocupação ao banco de reservas brasileiro. Isso porque na dividida com o goleiro, Neymar sentiu um desconforto no peito e ficou caído no gramado, sem conseguir comemorar o lance. Após o atendimento médico ainda em campo, ele se levantou e acenou para torcida, derrubando o nervosismo inicial do jogo.
PRA LÁ E PRA CÁ
Com mais tranqüilidade no placar, Micale deixou o camisa 10 da Seleção mais livre para atuar no meio, sem se preocupar com marcação. Assim ele pode jogar como um pêndulo, alternando entre as alas e se aproximando mais da grande área. Nessa movimentação, Luan e Gabriel Jesus jogavam nas costas da marcação, sempre cara a cara com o López. Mas o segundo gol saiu justamente num lance em que Neymar não participou.
Aos 25 minutos de bola rolando, Gabriel Barbosa saiu da grande área para receber um lançamento no meio campo e já rolou com Luan mais a frente. O atacante viu a movimentação de Gabriel Jesus na esquerda e colocou o camisa 11 frente a frente com López, apenas para tocar na saída do adversário. A torcida empolgou de vez com lance e chegou a gritar “Ô, Alemanha, pode esperar, a sua hora vai chegar”, nas arquibancadas do Maracanã.
E a animação não parou por aí, já que a Seleção foi novamente para a galera. Quando o relógio marcava 34 minutos, Rodrigo Caio carregou a bola no meio campo e distribuiu para Neymar mais a frente. O capitão da amarelinha levantou a cabeça e viu Gabriel Jesus entrando mais uma vez em velocidade. Sem titubear, o camisa 11 recebeu na frente, ganhou da marcação na velocidade e jogou no canto alto do goleiro Luis López.
PRA FECHAR O CAIXÃO!
Com o ânimo renovado, o Brasil voltou para a segunda etapa sem perder o ímpeto. Logo aos cinco minutos, Neymar cobrou um escanteio fechado na grande área e o zagueiro Marquinhos apareceu livre na pequena área para dominar e estufar as redes. No seu melhor jogo até aqui nas Olimpíadas, Neymar puxou o contra-ataque pelo meio e abriu com Gabriel, que viu Luan fechando no meio e deixou o atacante sem goleiro, pra só escorar.
No último lance do jogo, Luan recebeu na ponta esquerda da grande área, tentou o giro e acabou tocado por Palácios. Confiante, Neymar pegou a bola, ajeitou na marca do pênalti e garantiu o sexto gol da Seleção, o seu segundo no confronto. Ele se igualou com Gabriel Jesus na artilharia, cada um com três - Luan tem dois. O apito final também decretou a boa fase da defesa brasileira, que não sofreu nenhum tento na competição.
PRÓXIMOS JOGOS
Agora o Brasil se prepara para enfrentar Nigéria ou Alemanha, que se enfrentam na outra semifinal ainda nesta quarta-feira, 17. Quem vencer encara a Seleção no Maracanã, às 17h30 da próxima sexta-feira, 20, novamente no Maracanã. A perdedora terá pela frente Honduras no Mineirão, também na sexta, mas às 13 horas.
LEIA MAIS
Time Brasil na Paralimpíada bate recordes históricos em número de medalhas Alegria é a marca da cerimônia de encerramento da Paralimpíada do Rio Balanço dos jogos Brasil não atinge meta, mas conquista maior número de medalhas em Paralimpíadas Ciclista iraniano morre após sofrer grave acidente nos Jogos Paralímpicos