Maceió

Bolsonaro afirma que rachaduras do Pinheiro foram causadas por mineração

| 25/01/19 - 18h01

Embora o laudo que pode apontar as causas das rachaduras que apareceram no bairro Pinheiro ainda não tenha sido concluído, o presidente da República Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira (25), que o afundamento do bairro estaria relacionado à atividade de mineração.

A afirmação foi feita durante entrevista à Rádio Brumadinho, quando o presidente falava das providências que estão sendo tomadas para contenção de maiores danos no município de Brumadinho, em Minas Gerais, onde uma barragem se rompeu, atingindo casas e grandes áreas da vegetação com um 'mar de lama'.

A informação foi divulgada por meio do site do jornal Extra Alagoas, que também publicou trecho do áudio da entrevista em que Bolsonaro cita o caso do Pinheiro.  

O rompimento da barragem de Brumadinho aconteceu no início da tarde dessa sexta, entre outros prejuízos, contabiliza-se 200 pessoas desaparecidas.

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“Já conversamos com o secretário nacional de Defesa Civil, coronel Lucas, que está em Maceió, Alagoas, tratando de um assunto de parte de um bairro[Pinheiro] que está afundando por questão de mineração também”, disse o presidente referindo-se à atividade da empresa Braskem na capital alagoana.

Nesta semana, executivos e técnicos da Braskem participaram de reuniões no Ministério Público Estadual (MPE) e no Tribunal de Justiça (TJ), quando negaram haver conexão entre o fenômeno que afeta o bairro e o trabalho desenvolvido para extração de sal pela empresa. O MPE, no entanto, já anunciou que vai pedir a suspensão das licenças ambientais para exploração de poços de sal da empresa.

As rachaduras começaram a surgir no bairro em março de 2018, após o registro de um abalo sísmico. Passado quase um ano, o problema se agravou, mas ainda segue sem uma explicação oficial por parte das autoridades. Atualmente, cerca de 60 técnicos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) estão trabalhando em Maceió para tentar identificar as causas das rachaduras. A primeira etapa do trabalho foi concluída nessa quinta-feira (25).

O prefeito Rui Palmeira comentou as declarações do presidente por meio de um um vídeo divulgado na noite de sexta, e disse que desconhece laudo que aponte a atividade da Braskem como responsável pelo problema, mas informou que irá solicitar à Defesa Civil Nacional, caso haja, o relatório que aponte tal conclusão. Assista:

Na noite desta sexta-feira, a Braskem emitiu uma nota à imprensa e afirma que nenhum estudo, até o momento, mostrou qualquer relação entre as atividades de mineração de sal e as rachaduras no bairro do Pinheiro.

Leia na íntegra:

No tocante às recentes notícias veiculadas nesta sexta-feira (25/01), a Braskem reitera que nenhum estudo feito até o momento mostrou qualquer relação entre as atividades de mineração de sal e as rachaduras nas edificações  do bairro do Pinheiro.  A empresa vem apoiando e atuando em conjunto com o Ministério Público Federal e Estadual, Agência Nacional de Mineração, Serviço Geológico do Brasil, Defesa Civil Federal, Estadual e Municipal visando esclarecimentos das causas dos acontecimentos que tem impactado o bairro do Pinheiro.

A Braskem reafirma seu compromisso com a saúde, segurança das pessoas e das comunidades e com uma atuação empresarial responsável.