Folhapress
A Bolsa brasileira registrou alta de 0,26% e terminou a sessão aos 128.006 pontos nesta quarta-feira (13) apoiada principalmente por ações da Vale e da PetroRio, que ficaram entre as mais negociadas da sessão. Papéis do setor financeiro e do varejo também tiveram um dia positivo e apoiaram o Ibovespa. Já a Petrobras, que havia começado o dia em alta, passou a cair e limitou os ganhos do índice, mesmo com apoio dos preços do petróleo, ainda pressionada pelos ruídos políticos com relação à distribuição de dividendos.
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Nesta quarta, a gestora Janus Henderson apontou que a petroleira saiu do ranking das 20 melhores pagadoras de dividendos do mundo com sua decisão de reter parte da remuneração aos acionistas. Na outra ponta, a Vale, que abriu caindo, passou a subir e acelerou os ganhos, compensando as perdas da petroleira. A mineradora é a empresa de maior peso do Ibovespa.
Outro destaque positivo do dia foram as "small caps", empresas menores e mais ligadas à economia doméstica, que se beneficiaram da queda dos juros futuros no Brasil, enquanto o mercado acomoda apostas após a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro. "A gente está vendo uma recuperação importante no setor de varejo, que apanhou muito em janeiro e fevereiro, e está tendo um segundo dia de alta forte embalado pela queda da nossa curva de juros.
É o segundo dia consecutivo que a gente vê isso acontecendo e é um sinal importante para os investidores que estão menos alocados em exportadoras e mais alocados em empresas domésticas", afirma Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research. As petroleiras, que vêm em trajetória de alta desde sexta (8), voltaram a registrar ganhos, embaladas pela subida do petróleo no exterior.
No câmbio, o dólar permaneceu praticamente estável, cotado a R$ 4,976, com investidores repercutindo os mais recentes dados de inflação dos Estados Unidos, divulgados na terça (12). A inflação medida pelo CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) subiu 0,4% em fevereiro, em linha com o esperado pelo mercado. No acumulado do ano, o índice acelerou a 3,2%, pouco acima dos 3,1% do esperado pelo mercado.
Segundo Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, apesar de alguns itens do núcleo da inflação norte-americana ainda estarem acima da meta de 2% do Fed, ainda assim houve desaceleração relevante nos últimos meses dos aumentos trimestrais e anuais de preços ao consumidor, de forma que não se altera a perspectiva de queda da inflação e início da redução dos juros do Fed em meados deste ano.
Com isso, apesar da aceleração, os números confirmaram as expectativas de investidores de que um corte de juros nos Estados Unidos deve ocorrer em meados do ano, não alterando projeções. Operadores têm notado recentemente que o dólar está sendo negociado numa faixa estreita nos últimos dias, ficando a maior parte do tempo entre R$ 4,94 e R$ 4,98. "Muita coisa está tendo de influência para que o dólar não saia desse intervalo: um dos pontos importantes foi o índice de preços americano divulgado ontem. Havia expectativas de que viria bem mais alto do que as estimativas, mas veio levemente acima, o que não fez com que o mercado abandonasse expectativas de início da flexibilização em junho", disse Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX.
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