Bolsa ruma para melhor mês em um ano; dólar cai a R$ 5,29

Publicado em 31/01/2022, às 22h28
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Folhapress

O mercado de ações brasileiro apresentava leve alta na manhã desta segunda-feira (31), sustentado pela valorização de empresas de diversos setores, como os de varejo, tecnologia e bancário. Referência da Bolsa de Valores, o índice Ibovespa subia 0,01%, a 111.921 pontos, às 14h37. O indicador está na linha para uma alta mensal de quase 7%. É o maior crescimento em um mês desde o fechamento de dezembro de 2020.

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Sinais da valorização das ações têm reflexo no câmbio. O dólar afundava 1,79%, a R$ 5,2930. Essa baixa ocorre mesmo após a divisa americana ter atingido a menor cotação em quatro meses na última sexta-feira (28). Analistas apontam o Brasil como um refúgio momentâneo para investidores estrangeiros que buscam ganhos enquanto as bolsas americanas seguem voláteis à espera de informações claras do Fed (o banco central dos Estados Unidos) sobre a elevação dos juros no país.

Minério de ferro e petróleo, duas das mais importantes commodities produzidas no Brasil, estão em alta no mercado internacional. Isso vem impulsionando Vale e Petrobras, companhias com maior peso no Ibovespa. O petróleo Brent subia 1,26%, a US$ 91,16 (R$ 491,79). O embate diplomático entre potências ocidentais e a Rússia, que posiciona tropas para uma eventual invasão da Ucrânia, é o principal fator neste momento para a elevação da commodity ao maior patamar desde 2014.

Nesta sessão, porém, a Bolsa se sustentava no azul com o avanço de grandes varejistas, como o Magazine Luiza. Empresas do setor de tecnologia e bancário, como Bradesco e Itaú, também davam contribuições relevantes ao mercado. Depois da desvalorização de quase 12% do Ibovespa em 2021, há consenso entre analistas do mercado doméstico de que a Bolsa está atrativa, assim como a moeda brasileira também está barata para investidores internacionais.

Nos Estados Unidos, apesar da recuperação iniciada na sexta, as bolsas acumulam quedas. Esse é o principal fator externo que tem estimulado investidores internacionais a buscarem ganhos no mercado financeiro do Brasil, entre outros países emergentes.

Nesta segunda, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiam 0,40%, 1,09% e 2,24%, nessa ordem. As altas ocorrem após os três principais indicadores do mercado acionário americano terem fechado, na última sexta-feira, com o primeiro ganho semanal de 2022. No acumulado de 2022, porém, os índices das bolsas americanas estão negativos, com destaque para os prejuízos da Nasdaq. A bolsa que concentra empresas de tecnologia já recuou cerca de 10% neste ano.

O índice MSCI World, que acompanha uma cesta de indicadores globais, está a caminho de fechar o seu pior mês desde o início da pandemia, em março de 2020, segundo análise da Bloomberg. Os mercados acionários americano e mundial ainda digerem as mensagens do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) sobre a expectativa para a elevação dos juros nos próximos meses.

Na última quarta-feira (26), o comitê de política monetária do Fed sinalizou o fim do programa especial de compra de títulos e uma alta dos juros para março. A notícia era esperada, mas a entrevista do presidente da autoridade monetária balançou as ações em Nova York.

Jerome Powell adotou um tom duro e, ao mesmo tempo, pouco detalhado sobre a necessidade de elevar juros para combater a maior inflação enfrentada pelos americanos em quatro décadas. "Até que o mercado e o Fed parem de competir em termos de expectativas sobre a taxa de juros, a volatilidade permanecerá", disse Jim Reid, estrategista do Deutsche Bank, à Bloomberg.

Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico, destaca que, no Brasil, as atenções nesta semana se voltam para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco central). "O Copom deve elevar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual para 10,75% ao ano, conforme amplamente sinalizado", disse, em nota.

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