Black Fraude ficou para trás? Pesquisa mostra confiança maior em promoções

Publicado em 20/11/2018, às 16h25
O principal motivo de reclamações na Black Friday do ano passado foram sites lentos e ofertas que acabaram, segundo a Ebit/Nielsen | Romildo de Jesus/Futura Press/Folhapress -

VEJA.com

A Black Friday, promoção do varejo inspirada em tradição americana, ganha cada vez mais adeptos no Brasil. Pesquisa realizada pela Ebit|Nielsen mostra que 88% dos consumidores pretendem fazer compras na liquidação do fim de novembro. É o porcentual mais alto desde que a pesquisa começou a ser feita e representa um acréscimo de 8 pontos porcentuais em relação a 2017.

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Para Pedro Guasti, diretor de relações institucionais da Ebit|Nielsen, um sinal de adesão do brasileiro à liquidação é a redução da desconfiança e o aumento na disposição de gastar. Quando a Black Friday começou no Brasil, em 2012, muitas lojas fizeram falsas promoções, fazendo com que a data recebesse o apelido de Black Fraude. A prática irregular rendeu até um meme famoso: ‘compre tudo pela metade do dobro’.

Guasti afirma que essas irregularidades ficaram para trás. Entre os consumidores que disseram que não pretendem comprar na Black Friday, 35% responderam que o motivo era falta de confiança na promoção. No ano passado, esse porcentual era de 38%.

“O principal motivo de reclamações na Black Friday do ano passado não foram descontos enganosos ou preço alto. A queixa foi sobre sites lentos e ofertas que acabaram. Alguns sortimentos são escassos mesmo”, afirma o diretor da Ebit/Nielsen.

Segundo ele, as empresas que agiram de má fé foram punidas depois, o que serviu para inibir novas práticas enganosas. “Essas lojas sofreram retaliação, enfrentaram ações na Justiça. O mercado baniu essas empresas e fez com que os comerciantes ficassem mais conscientes.”

Guasti diz que hoje está muito mais fácil descobrir se a promoção é falsa ou verdadeira. Existem sites e aplicativos que fazem monitoramento de preços, o que facilita a pesquisa do consumidor.  

No Brasil, segundo ele, os porcentuais médios de descontos variam de 20% a 25%. Nos Estados Unidos, as promoções são maiores, mas Guasti diz que há diferenças entre os dois mercados. “Lá, o comércio vende produtos que seriam ultrapassados por lançamentos e são colocados à venda para limpar estoques e gôndolas. Não tem milagre, não tem como um produto que acabou de ser lançado ter muito desconto”, afirma.

Mesmo assim, o executivo afirma que ainda vale a pena comprar na liquidação. “Imagina uma TV de 2.500 reais com um desconto de 20%. Já é uma boa economia.”

De acordo com estimativa da Ebit/Nielsen, o comércio eletrônico deve faturar 2,43 bilhões de reais durante a Black Friday de 2018, uma alta de 15% em relação a 2017. Devem ser realizados 4 milhões de pedidos online, com valor médio de 607,5 reais.

Parte dessas vendas deve ser direcionada para compras de Natal. A pesquisa mostrou que 40% dos que pretendem gastar na Black Friday farão antecipação das aquisições de Natal.

Esse movimento já causou críticas entre comerciantes. Alguns varejistas defenderam a antecipação da data para setembro e outubro para que não interferisse nas vendas de Natal. Mas Guasti diz que esse assunto parece ter ficado para trás. “Ninguém mais falou sobre isso.”

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