Eberth Lins
A Avenida Fernandes Lima, principal corredor de transportes de Maceió, pode ganhar outro nome, a partir de uma proposição do Ministério Público Estadual (MPE), que instaurou procedimento administrativo para verificar a legalidade do ato de nomeação da via. O procedimento é assinado pelos promotores de justiça Karla Padilha, Dalva Vanderlei Tenório e Lucas Carneiro, e foi publicado na edição desta quarta-feira, 1º de fevereiro, do Diário Oficial da instituição.
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O motivo da recomendação é que José Fernandes Lima, o homenageado, era líder e fundador da Liga dos Republicanos Combatentes, um grupo paramilitar responsável pela Quebra do Xangô, o maior e mais cruel ato de intolerância religiosa da história brasileira, ocorrido em Alagoas no ano de 1912. O Quebra constituiu-se na destruição de terreiros e perseguição, violenta e homicida a adeptos e líderes de religiões de matriz africana.
Ao TNH1, a promotora de Justiça Karla Padilha explicou que a publicação não se trata ainda de uma proposição para mudar o nome da via. "É provável que seja expedida mais para frente uma recomendação para a mudança do nome da Avenida Fernandes Lima, mas agora o procedimento foi instaurado para estudar quais medidas podem ser adotadas", disse.
"Considerando, portanto, não ser possível a um povo que reconheceu a evolução histórica de direitos humanos e a fez consignar expressamente em sua Carta Maior e, ainda, a um Estado que presenciou e ainda guarda a história do Quilombo dos Palmares e que reconheceu expressamente o vergonhoso episódio da 'Quebra de Xangô', ter em sua capital, Maceió, a principal avenida nomeada em homenagem a um dos principais responsáveis pela 'Quebra de 1912', traz um trecho da publicação.
O procedimento será encaminhado ainda ao prefeito de Maceió, JHC, e também à Câmara Municipal de Maceió (CMM).
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