Redação
“Macaé Evaristo (PT), nova ministra dos Direitos Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a demissão de Silvio Almeida, é ré na Justiça de Minas Gerais sob a acusação de superfaturamento na compra de kits de uniformes escolares quando ela era secretária de Educação de Belo Horizonte em 2011, no governo do ex-prefeito Márcio Lacerda, então no PSB.
LEIA TAMBÉM
Ela também chegou a ser acionada judicialmente pela mesma suposta prática quando foi secretária de Estado de Educação na gestão de Fernando Pimentel (PT), entre 2015 e 2018. Neste último caso, porém, fez um acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para encerrar o processo.
Ela pontuou que ainda não houve decisão judicial no processo. Evaristo também disse que sempre colaborou com a Justiça ao comentar sobre as acusações sobre sua atuação como secretária estadual, na qual o MPMG apontou sobrepreço na compra de carteiras escolares.
‘Esses processos pelos quais respondi na condição de Secretária de Estado de Educação são processos que resultaram na celebração de acordos para resolução célere e eficiente sobre questões ligadas à Administração Pública. Destaco ainda que sempre colaborei com a justiça de forma engajada, reafirmando meu compromisso com a transparência, responsabilidade e defesa do interesse público’, disse Macaé Evaristo.
Ela assinou o acordo de não persecução cível em 2022 e concordou pagar multa de R$ 10,4 mil — um mês do salário como secretária — para colocar fim a 13 processos judiciais por improbidade administrativa em casos envolvendo a compra das carteiras escolares. O acordo não informa os valores superfaturados, mas afirma que a área técnica do MPMG concluiu que houve ‘sobrepreço’ na licitação para a compra do mobiliário.
No caso do processo ainda em andamento, relativo a supostas irregularidades na prefeitura, a Secretaria de Educação de Belo Horizonte fez uma licitação em 2011 para comprar cerca de 190 mil kits de uniformes escolares. O Ministério Público aponta duas irregularidades. A primeira é que a empresa vencedora da concorrência, Diana Paolucci S/A Indústria e Comércio, estava proibida de participar de licitações realizadas pelo poder público. À época, reportagem do jornal Estado de Minas apontou que a empresa teve problemas em contratos com a Prefeitura de São Paulo e com o Corpo de Bombeiros de São Paulo.
O MPMG também apontou que os preços dos uniformes escolares foram superfaturados. A área técnica do órgão encontrou atas de registro de preço — cotações — feitas por outros órgãos públicos para a compra de uniformes, cujos preços máximos por kit eram de R$ 67,51 para o primeiro modelo e de R$ 77,31 para o segundo.
A Secretaria de Educação comandada pela agora ministra comprou cada kit por R$ 84,71 e R$ 89,01, uma diferença, respectivamente, de R$ 17,20 e de R$ 11,70 por unidade. À época, a diferença total foi de R$ 3,1 milhões, o equivalente a R$ 4,4 milhões em valores de 2016, quando houve a denúncia.
O Estadão usou a calculadora do Banco Central para corrigir novamente os valores pela inflação para preços de julho de 2024, última vez que o IPCA foi atualizado na ferramenta, e chegou ao montante de R$ 6,5 milhões em valores atualizados…
LEIA MAIS
"Teimosia de Lula aumenta dificuldades na política e na economia" É hoje a premiação dos melhores do mercado imobiliário Caso Braskem segue cercado de mistérios e incertezas Tribunal Regional do Trabalho sob nova direção a partir de hoje