Um questionamento sobre nossa situação climática: “Lula demora a perceber que saliva não apaga queimadas”

Publicado em 12/09/2024, às 17h52 - Atualizado às 18h21

Redação

O ar seco e queimadas ilegais agravam o problema das queimadas, que têm registrado índices recordes no país.

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E o governo federal, que tomou ciência no início deste ano que isso poderia ocorrer, não adotou medidas preventivas.

Agora, o país paga as consequências.

Diz o jornalista Josias de Souza:

“Num instante em que 60% do território brasileiro sente, direta ou indiretamente, os efeitos das queimadas, Lula se deu conta de que, nos grandes desastres, a primeira pessoa que um governante precisa socorrer é a si mesmo. Agora, só falta transformar percepção em ação.

De passagem pelo Amazonas, Lula anunciou na terça-feira que o governo criará uma Autoridade Nacional Climática. Disse que a prioridade será acelerar um plano nacional de enfrentamento aos riscos climáticos extremos. A nova repartição e o plano são duas antigas novidades.

O novo órgão foi prometido na campanha eleitoral e esmiuçado na transição de governo. Dorme numa gaveta. O plano nacional nasceu de levantamento feito em 2012, sob Dilma. Detectaram-se na época 821 municípios assentados em regiões mais suscetíveis a enchentes e deslizamentos.

Decorridos 12 anos, o número de cidades foi atualizado para 1.942. Nelas, vivem em áreas de risco cerca de 9 milhões de pessoas. O plano para mitigar os desastres seria lançado em janeiro de 2024. Sumido, reapareceu em maio passado, num discurso feito por Lula durante visita ao dilúvio do Rio Grande do Sul. O orador aproveitou para torpedear o negacionismo ambiental de “um incivilizado” que passou pela Presidência.

A tragédia climática é planetária. Não é coisa que se resolva do dia para a noite. O negacionismo agravou a encrenca. Mas Lula dá expediente no Planalto há um ano e oito meses. Já deveria ter notado duas coisas: 1) Bolsonaro virou um bode expiatório vencido. 2) Saliva não apaga queimadas.”

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