O extremismo de uma filósofa esquerdista que se sente ofendida até com quem diz “fica com Deus”

Publicado em 07/09/2024, às 17h16

Redação

Marilena Chauí, expoente da intelectualidade esquerdista do Brasil, continua polêmica.

E mantém sua radicalização com o catolicismo, refutando pensadores que não se alinham às suas ideias.

“Ela luta pela sobrevivência de uma espécie em extinção.  Sente-se ameaçada pelas palavras de alguém que apenas lhe disse ‘boa noite, obrigado’, segundo o jornalista Ricardo Kertzman:

“Sou brasiliense de nascença e belo horizontino (desde os dez anos) de coração, ainda que guarde as melhores memórias afetivas da minha cidade natal, outrora habitável, hoje afundada no lamaçal que a transformaram.

‘Ó, Minas Gerais. Ó, Minas Gerais. Quem te conhece não esquece jamais’. Esse trecho do hino mineiro tem razão. Minas é um estado arrebatador. Além, é claro, de ser a casa do Galo mais lindo e querido do mundo.

Das coisas mais legais das Gerais, além da culinária e suas montanhas e cachoeiras, é o jeitin de ser do povo mineiro. Paulistas são bacanas, cariocas são legais, nordestinos são uns amores. Mas os mineiros… Nóssinhora!

Sou judeu, filho de judeus, neto e bisneto de judeus. Minha mãe adorava o espiritismo. Minha esposa e sogra são cristãs. Tenho amigos muçulmanos, budistas e agnósticos. Em comum, todos falamos: “Vai com Deus”.

Aquele ‘nóssinhora’ acima significa Nossa Senhora. Claro que a referência é Maria, mãe de Jesus. Mas ao assistir ao Lucas, do São Paulo, no último lance do jogo contra o Galo, quase empatar, gritei: Nóssinhora! E não era a Maria.

Em todo o Brasil, fala-se: ‘Vai com Deus’, ‘Fica com Deus’, ‘Deus te acompanhe’. Mas em Minas Gerais, isso é quase mandatório. Você compra um pão de queijo, agradece ao balconista e ao invés de um ‘De nada’, recebe: ‘Vai com Deus’.

E é tão bom, tão aconchegante – independentemente de religião, caramba! – ouvir isso, pois expressa o sincero bom sentimento de quem fala (na maioria das vezes, gente que nem conhecemos), que é impossível não responder, ‘Amém’.

Por isso, quando soube da – mais uma! – barbaridade dita pela ‘intelectual’ de esquerda Marilena Chauí, em uma palestra para pós-graduados, ou pós-graduandos, sei lá, na USP, em São Paulo, confesso que não me entendi se triste ou indignado.

A filósofa, que já atacou grotescamente a classe média, adjetivando-a, entre outras ofensas, de ‘maldição’ e ‘terrorista’, conseguiu enxergar algo ruim em um motorista de Uber, ao se despedir, lhe dizer: ‘Fica com Deus’. Por quê? Bem, só ela pode explicar.

Fico muito agoniada: tomo o Uber e na hora que eu desço e digo muito obrigada, boa noite, o motorista diz: fica com Deus. Eu sei que ele é pentecostal, que é fundamentalista. Eu fico desesperada com essa ideia’. Eis aí a iluminada.

A esquerda brasileira nunca se deu muito bem com religião, afinal, não aceita adversário e não admite dividir a supremacia do pensamento. Porém, dentro do admissível, sempre foi ligada à Igreja Católica, por isso a ira da pensadora contra os pentecostais.

A esquerda também nunca gostou da classe média, que não tem dinheiro sobrando para sustentar as “pensadoras” e não precisa tanto assim de políticas assistencialistas-eleitoreiras, além de, em alguma medida, desenvolver certo pensamento crítico.

É compreensível, portanto, mas jamais aceitável, o comportamento ofensivo de Chauí. Ela luta pela sobrevivência de uma espécie em extinção. Sente-se ameaçada até mesmo pelas palavras gentis de alguém que apenas lhe disse ‘boa noite e obrigado’ de uma outra forma.

Talvez, sua ira tenha como real motivo a aproximação oportunista de figurões da esquerda, como Lula e Boulos, com o eleitorado evangélico, majoritariamente alinhado à direita e base eleitoral dos – como é mesmo? – fascistas.

Acima, disse não me entender se triste ou indignado. Acho que triste, pois a cada parágrafo me lembro da minha mãe – falecida em 2020 – me dizendo, dezenas de vezes por dia, ‘Vai com Deus’, ‘Fica com Deus’.

Amém, mãe! Fica com Deus, Chauí.”

 

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