Um caso em que se inclui o Brasil: “Apoiam ditaduras, estouram o caixa, aumentam impostos e a culpa é do Banco Central?”

Publicado em 07/08/2024, às 18h33

Redação

Se tem uma coisa que o investidor detesta, tanto quanto perder dinheiro, é perder uma oportunidade de ganhar mais dinheiro.

E isso tem tudo a ver com o Brasil, cujo governo continua a flertar e apoiar ditadores, a exemplo de Nicolás Maduro e outros do mesmo naipe.

A opinião é de Ricardo Kertzman:

“Segunda-feira, 5 de agosto, foi dia de o vice-presidente Geraldo Alckmin fazer coro com seu novo ídolo, ‘Lula, Lula, viva o presidente Lula’, e descer o porrete no Banco Central (independente) do Brasil. O ‘picolé de chuchu’ subiu o tom e, não totalmente sem razão, criticou a política monetária do BC: ‘Não tem justificativa. Temos a 2ª maior taxa de juro real do mundo e só perde para a Rússia, que está em guerra’.

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Uma máxima do mercado financeiro diz que “câmbio e juros baixos não dependem de vontade, mas de confiança”. Sim, Alckmin tem razão: ‘O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, um mercado interno forte. Amanhã sai o balanço das exportações de janeiro a julho com recorde. Temos reservas cambiais e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida’. Mas o vice-presidente precisa lembrar que também temos:

  • Um presidente populista, perdulário e com indiscutível histórico de cumplicidade com a corrupção;
  • Um Estado pesado, intervencionista, extremamente regulado e burocrático, além de juridicamente inseguro e instável;
  • Um governo federal que não apenas quebra as regras fiscais como, através de seu chefe maior, indica não se preocupar com déficits crescentes;
  • Um país isolado diplomaticamente por causa de sua política externa desastrosa, e cada vez mais dependente da China – que anda em maus lençóis;
  • Emendas Pix, rachadinhas, mensalão, petrolão, eletrolão, Fufucão, Fundo Eleitoral, Cotão, Fundo Partidário, Gilmarpalooza, os amigos do amigo de meu pai. O que eu quero dizer ao nobre conviva e regabofe de terroristas internacionais é que podemos ter um câmbio e uma taxa de juros compatíveis com o tamanho e os fundamentos macroeconômicos do país, mas que precisamos de uma mãozinha  dele, do chefe e do colega de ministério, ‘Fernando Taxadd’  para que os agentes financeiros olhem para cá e digam: ‘Ok, vamos emprestar uma graninha para os caras, cobrando um prêmio menor’.

    E também para que os investidores prefiram deixar aqui, em reais, suas reservas ao invés de transformá-las em verdinhas e as enviar para além-mar, em portos mais seguros, ainda que não os remunerem tão bem.

    Até porque, se tem uma coisa que um investidor detesta tanto quanto perder dinheiro, é perder oportunidade de ganhar (mais) dinheiro. E se o faz, é porque não confia em quem defende e apoia ditador de republiqueta de bananas.

    Simples assim.”

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