Astrônomos encontram novo tipo de objeto estelar

Publicado em 21/07/2023, às 21h36
ICRAR -

g1

Astrônomos da Universidade de Curtin ligados ao Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia (ICRAR) na Austrália descobriram um novo tipo de objeto estelar que pode mudar a compreensão sobre as estrelas de nêutrons. A pesquisa foi publicada na revista Nature.

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Segundo os pesquisadores, o objeto pode ser um magnetar de período ultralongo, um tipo raro de estrela com campos magnéticos extremamente fortes que podem produzir rajadas poderosas de energia.

ENTENDA: Os magnetares são um tipo de estrela de nêutron – objetos estranhos e compactos em que a matéria foi comprimida em um volume muito pequeno. Eles têm fortes campos magnéticos, bilhões de vezes mais intensos que o campo magnético da Terra, por exemplo.

Até então, todos os magnetares conhecidos liberavam energia em intervalos mais curtos, entre segundos e minutos. O novo objeto emite ondas de rádio a cada 22 minutos. Ou seja, ele é o magnetar de período mais longo detectado.

Este objeto notável desafia nossa compreensão de estrelas de nêutrons e magnetares, que são alguns dos objetos mais exóticos e extremos do Universo.

— Natasha Hurley-Walker, principal autora da pesquisa

O objeto, chamado GPM J1839-10, está a 15 mil anos-luz de distância da Terra.

Segundo tipo já detectado

No começo de 2022, os pesquisadores descobriram um estranho objeto giratório na Via Láctea que eles diziam ser "diferente de tudo que já foi visto". O objeto foi observado liberando uma enorme explosão de energia por um minuto inteiro a cada 18 minutos.

Entre julho e setembro de 2022, a equipe começou a escanear os céus com o radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA) e encontrou o GPM J1839-10, que emite rajadas de energia que duram até cinco minutos.

Mais telescópios foram usados para confirmar a descoberta. A equipe também pesquisou em arquivos e descobriu que o objeto apareceu em observações de 1988.

Ele permaneceu oculto nos dados por 33 anos. A cada 22 minutos, ele emite um pulso de cinco minutos de energia de comprimento de onda de rádio e faz isso há pelo menos 33 anos.

— Hurley-Walker

A descoberta tem implicações importantes para a compreensão da física das estrelas de nêutrons e do comportamento dos campos magnéticos em ambientes extremos.

A equipe vai continuar realizando observações do magnetar para aprender mais sobre seu comportamento.


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