João Victor Souza
Apontado pela polícia alagoana como um serial killer (assassino em série), Albino Santos de Lima, de 42 anos, está sendo investigado pela morte de ao menos 10 pessoas num intervalo de quase um ano em Maceió. As vítimas identificadas até o momento têm em comum o fato de serem jovens mulheres e/ou os companheiros delas, com idade entre 13 e 25 anos de idade.
LEIA TAMBÉM
Os últimos três assassinados que teriam sido praticados por Albino foram de menores de idade, incluindo duas meninas de 13 anos. Abaixo, você confere as iniciais das vítimas, e dados sobre elas como idade, dia do assassinato e causa da morte. Confira:
Todas as vítimas eram residentes no bairro onde o suspeito vivia e frequentava a igreja (atuação em um raio de 850 metros no Vergel do Lago). Também foi observado que Albino adotava um modo de operação característico, com atuação geralmente à noite e com vestimentas completamente pretas. A perícia identificou ainda que uma pistola Taurus PT 938 de calibre 380 foi usada nos crimes.
Segundo a polícia, as evidências substanciais foram encontradas para a conclusão de diversos inquéritos policiais, os quais indicam Albino como o provável autor desses assassinatos, com as 10 pessoas identificadas até o momento. Todas elas foram mortas de maneira brutal, com o uso de arma de fogo, frequentemente com disparos direcionados à cabeça e pelas costas, no decorrer dos últimos 12 meses.
As investigações, em conjunto com as perícias técnicas, também sugerem a possibilidade de um número mais elevado de vítimas, considerando as inúmeras evidências obtidas no celular do suspeito, que estão sob análise da Polícia Civil e da Polícia Científica, remontando a anos anteriores. As análises devem constituir uma segunda fase da divulgação.
Albino foi preso pela Polícia Civil sob a suspeita de matar a menina Ana Beatriz, de 13 anos, no bairro Levada, em Maceió, em agosto deste ano. Ele é filho de um policial militar e já trabalhou como prestador de serviço do Sistema Prisional de Alagoas. No celular dele, foram encontradas imagens de possíveis vítimas, de maneira organizada, e exibidas como um "troféu". Ele está recluso desde 17 de setembro.
Visita a cemitérios e fotos de túmulos - Os investigadores descobriram que Albino marcava no calendário as datas de seus crimes. Em alguns casos, ele chegou a visitar cemitérios e fotografar as lápides de suas vítimas.
"O celular foi formatado, mas conseguimos recuperar credenciais de contas dele. Com essas credenciais, recuperamos arquivos de mídia. Entre eles, havia dois diretórios específicos: um chamado 'odiada Instagram' e outro, 'morte especiais'", revelou Ivan Excalibur de Araújo Pereira, perito do caso.
"Os peritos encontraram várias fotografias de indivíduos que ainda estão vivos, seriam vítimas em potencial", afirmou o delegado Gilson Rego Sousa, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa.
A Polícia Civil informou que pretende reabrir inquéritos sobre homicídios que aconteceram entre 2019 e 2020 e indiciou inicialmente Albino por homicídio qualificado. O DNA balístico da pistola apreendida com o homem foi incluído no banco nacional do Ministério da Justiça, o que pode ajudar a conectar a arma com possíveis outros crimes.
O que diz a defesa - "A cabeça dele é de uma pessoa doente, de um sociopata. Esse vai ser o caminhar da minha defesa, visto que ele tem direito. Mesmo sendo um serial killer e assim sendo confirmado, ele tem direito a defesa", disse Geoberto Bernardo de Luna, advogado de Albino.
LEIA MAIS